“Com pompa e circunstância, veio agora anunciar publicamente o início da requalificação do IP3, prometendo o lançamento, até ao fim do ano, de um concurso no valor de cerca de 15 milhões de euros para uma intervenção no troço Lagoa Azul – Livraria do Mondego, cuja execução física nunca se iniciará antes das próximas eleições legislativas”, refere, em comunicado.
A estrutura partidária admite que, “pela sua elevada perigosidade e sinistralidade, é urgente uma intervenção no troço referido, de modo a garantir-se um nível mínimo de segurança rodoviária”.
“Perante esta alarmante situação, o concurso, agora anunciado, visa garantir, nesse troço, um nível mínimo de segurança, estabilizando taludes, reparando pavimentos, pontes e viadutos e melhorando as condições de sinalização e segurança, mas não prevendo a duplicação de vias em cada sentido de circulação”, acrescenta.
Segundo o PSD, “sendo este o objetivo do concurso, esta intervenção só peca por tardia e é bem reveladora da incúria do Governo nos quase três anos que leva de mandato”.
“Qual a razão do atraso desta intervenção?”, questiona, lembrando que o anterior Governo, “com os constrangimentos orçamentais conhecidos, investiu 10 milhões de euros na construção de uma nova ponte no mesmo troço”.
Na opinião da distrital do PSD, “confirmando-se este cenário, não pode deixar de se afirmar que o Governo pretende apenas, deliberadamente, atirar areia para os olhos das pessoas, confundindo-as e criando a ilusão de que finalmente se vai iniciar a duplicação do IP3, o que é falso”.
O PSD refere ainda que, “em simultâneo, e como parte da encenação montada, o senhor ministro anunciou ainda a intenção de afetar 140 milhões de euros de investimento noutros troços do IP3”.
“Tratam-se de meras palavras sem qualquer suporte técnico”, alerta, perguntando como pretende o Governo financiar este investimento, qual o cronograma de execução das obras e “para quando o lançamento do concurso para os respetivos projetos”.
Isto porque, no entender da estrutura partidária, “numa perspetiva otimista, entre lançar concurso para projetos, elaborar projetos e lançar concurso para empreitada, nunca será possível ver no terreno qualquer intervenção antes de 2021 ou 2022, isto é, muito depois das próximas eleições legislativas”.
O PSD refere ainda que “o atual golpe de propaganda agora protagonizado pelo senhor ministro” é “um retrocesso gritante no que se refere à Via dos Duques (projeto do anterior Governo)”.
Em declarações hoje aos jornalistas em Tondela, após uma apresentação à porta fechada do projeto aos autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) de Viseu, Dão e Lafões, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que a requalificação do IP3 deverá durar três a quatro anos e que o tempo de viagem vai ser reduzido em um terço.
Segundo Pedro Marques, a primeira intervenção, que já conta com projeto e avaliação de impacto ambiental, deverá arrancar em 2019, entre o nó de Penacova e o nó da Lagoa Azul, que abrange a zona mais crítica do IP3, na zona da Livraria do Mondego.
“Começamos já com obra no próximo ano com aquilo que já tem projetos e fazemos o resto dos projetos e avaliações de impacto ambiental" enquanto essa primeira intervenção decorre, disse o governante, que espera que a requalificação integral do IP3 esteja concluída num prazo de "três a quatro anos", após o início da obra, em 2019. Ou seja, a intervenção poderá estar concluída no final da próxima legislatura.
Questionado sobre a possibilidade de, no futuro, o IP3 ser transformado numa autoestrada, como aconteceu no IP5, o ministro assegurou que o Governo "está a fazer esta obra assim para não transformar o IP3 numa autoestrada com portagens".
"É compromisso do Governo", frisou.
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