Em comunicado, a Pontifícia Academia para a Vida, criada em 1994 por João Paulo II, refere que a deliberação daquele tribunal “demonstra como a questão do aborto continua a suscitar um acalorado debate. O facto de um grande país com larga tradição democrática ter mudado a sua posição sobre esta questão também interpela o mundo inteiro”.
O texto acrescenta que “a proteção e defesa da vida humana não é uma questão que possa ficar confinada ao exercício dos direitos individuais, mas antes um assunto de ampla abrangência social”.
Na sequência da decisão, o mundo “deve reabrir um debate não ideológico sobre o lugar que ocupa a proteção da vida numa sociedade civil” para esclarecer “que género de convivência e sociedade” se quer construir, indica ainda.
“Isto também significa assegurar uma educação sexual adequada, garantir uma assistência sanitária acessível a todos e preparar medidas legislativas para proteger a família e a maternidade, superando as desigualdades existentes”, adianta.
O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Vincenzo Paglia, assinalou que “face a uma sociedade ocidental que está a perder a paixão pela vida, este ato é um poderoso convite para refletir em conjunto sobre a grave e urgente questão da gestação humana e das condições que a tornam possível; ao eleger a vida, está em jogo a nossa responsabilidade pelo futuro da humanidade”.
“É um momento para sarar as feridas e reparar as divisões sociais; é um momento para a reflexão racional e o diálogo civil, e para nos unirmos e construir uma sociedade e uma economia que apoie os casamentos e as famílias”, refere ainda o comunicado.
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos anulou hoje a proteção do direito ao aborto em vigor no país desde 1973, permitindo que cada Estado decida se mantém ou proíbe a interrupção voluntária da gravidez.
Os juízes do Supremo, com uma maioria conservadora, decidiram anular a decisão do processo “Roe vs. Wade”, que protegia como constitucional o direito das mulheres ao aborto.
Na sequência da decisão do Supremo diversos estados norte-americanos já anunciaram que vão adotar medidas para proibir a interrupção voluntária da gravidez no seu território.
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