Num comunicado enviado ontem à noite à CMVM, a NOS informa que o Dr. António Domingues, antigo vice-presidente do BPI e ex presidente da Caixa Geral de Depósitos, vai ocupar o lugar de administrador não-executivo, exercendo o cargo de vogal no Conselho de Administração até ao termo do mandato em curso, que finda em 2018.
A empresa mais informa, "que tal cooptação será, nos termos legais, submetida a ratificação na próxima Assembleia Geral de Acionistas da NOS". No entanto, no site da empresa na secção da "Equipa de Gestão" já aparece um pequeno perfil de António Domingues.
Aos 59 anos, licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia de Lisboa, assumiu a presidência do Conselho de Administração do banco público no dia 31 de agosto, depois de quase três décadas no BPI e poucos dias depois de a Comissão Europeia ter anunciado um acordo de princípio com o Governo português para a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Contudo, antes de iniciar funções, já a nova administração estava envolta em controvérsia. O Banco Central Europeu (BCE) aprovou 11 nomes propostos pelo Governo para o Conselho de Administração da CGD, mas rejeitou outros oito por excederem o limite de cargos em órgãos sociais de outras sociedades, e houve ainda críticas por Domingues ter levado vários quadros do BPI para o banco público.
A primeira polémica surgiria quando o ministro das Finanças, Mário Centeno, referiu no parlamento o valor da remuneração dos gestores, recebendo em valor bruto António Domingues 423 mil euros anuais e os vogais executivos 337 mil euros por ano, à parte a remuneração variável, que pode ir "até metade da remuneração fixa".
O assunto agitou a cena política, com vários partidos a tomarem posições sobre a matéria.
Esta polémica seria posta de lado com uma nova, que se prolongou até Domingues sair do banco: a recusa dos administradores da equipa de António Domingues em apresentarem as suas declarações de património e de rendimentos ao Tribunal Constitucional (TC).
No dia em que se demitiu apresentou essas mesmas declarações.
Na sua carreira, o banqueiro já tinha sido administrador não executivo da NOS, vogal do Conselho de Administração da PT Multimédia e ZON Multimédia, diretor central da Direção Financeira do Banco Português de Investimento e membro da Comissão Executiva do Banco Português de Investimento.
Foi também diretor do Departamento de Estrangeiro do Instituto Emissor de Macau e técnico assessor do Departamento de Estrangeiro do Banco de Portugal.
[Notícia atualizada às 9h27]
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