António Costa deu hoje à noite uma entrevista ao Porto Canal, na qual foi questionado sobre a acusação feita por Catarina Martins, no sábado, de que o primeiro-ministro usou os votos no PS em 2015 para fazer "sobre o sistema financeiro exatamente o mesmo que fez Passos Coelho, limpar bancos com o dinheiro de todos".
“Eu creio que ela diz, manifestamente, só porque estamos próximos da campanha eleitoral e sente necessidade de haver alguma diferenciação, mas isso é uma coisa que eu creio que no país ninguém tem dúvidas que entre este governo e o governo anterior houve uma mudança de política muitíssimo significativa”, respondeu.
Para o primeiro-ministro “as pessoas também não têm dúvidas que essa mudança, ao contrário do que muitos temiam há três anos”, não pôs em causa a recuperação do país ou as finanças públicas.
“Pelo contrário, permitiu-nos que, pela primeira vez desde a adesão ao euro, voltássemos a crescer acima da média europeia em 2017, em 2018”, exemplificou.
António Costa garantiu ainda que “as expectativas que o Governo criou, cumpriu-as todas”.
“Até agora, felizmente, não fomos colocados em nenhuma circunstância na condição de não poder honrar os compromissos que estabelecemos e quando muitas vezes falam em expectativas, o Governo nunca disse que era tudo fácil”, disse.
Na opinião do primeiro-ministro, como o Governo conseguiu fazer o que prometeu, agora o que lhe é exigido é que se faça mais do que aquilo que foi prometido.
Confrontado com a situação dos professores, António Costa assegurou que “não há nenhuma promessa do Governo, pelo contrário, de recontagem do tempo de serviço”.
“O compromisso que o Governo assumiu e cumpriu foi de descongelar o conjunto das carreiras, designadamente as dos professores. Nunca houve qualquer compromisso do Governo, bem pelo contrário, da contagem do tempo de serviço”, lembrou.
O chefe do executivo considerou ainda que Portugal não é um “oásis, nem num país cor-de-rosa” e recusou ter uma “ideia idílica” do país, mas sim confiança nos resultados positivos das medidas adotadas pelo Governo.
“É absolutamente indiferente o que eu peça. O que é fundamental é o que os portugueses decidem. (…) Com maioria ou sem maioria esta solução política provou bem e, portanto, em equipa que ganha não se deve mexer”, respondeu perante a questão se vai ou não pedir maioria absoluta nas próximas eleições legislativas.
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