"O quê, ainda andam com esse assunto? Ainda não ouviram o senhor Presidente da República? Isso já acabou tudo na segunda-feira", disse Costa, questionado sobre a matéria à margem de uma iniciativa em Oeiras.
Estas foram as únicas palavras do primeiro-ministro, que aludia à nota de segunda-feira à noite do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, que declarou manter a confiança no ministro das Finanças, Mário Centeno, "atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira".
Na terça-feira, o Presidente falou também do tema para o declarar como "encerrado", mas o alegado acordo entre o ministro das Finanças e o anterior presidente da Caixa sobre uma hipotética dispensa de apresentação de declarações de rendimentos e património no Tribunal Constitucional continua a preencher a agenda noticiosa.
António Costa esteve hoje em Oeiras na sessão de encerramento da conferência que assinalou os 25 anos da AERLIS - Associação Empresarial da região de Lisboa.
Na ocasião, e perante dezenas de empresários, autarcas e outras figuras do mundo empresarial, o chefe do Governo abordou a "nova revolução industrial", que passa pela área digital, vincando as "vantagens competitivas" de Portugal nesta matéria: às "excelentes infraestruturas de comunicação" o país junta uma "excelência de recursos humanos que nas últimas décadas" se formaram.
"Apostar no desenvolvimento de 'start ups' tecnológicas é tão ou mais importante como apostar na retransferência do conhecimento e capacidade de inovação nos setores tradicionais", declarou todavia, antes de lembrar que Portugal teve "sempre sucesso" quando apostou na inovação.
Costa comentou também os dados económicos do país, nomeadamente o défice de 2016, que o ministro Mário Centeno assegurou já que não será superior a 2,1% do PIB.
"Não só é o melhor [défice] dos últimos 42 anos, como de facto foi possível obter este resultado compatibilizando-o com uma diminuição da carga fiscal e aumento do rendimento das famílias", valorizou o primeiro-ministro.
Depois, o governante reiterou a aposta no Programa Nacional de Reformas (PNR) como o documento essencial para a "execução de políticas a médio prazo", vincando que apenas com uma visão mais ampla das políticas do Governo se enfrentarão os "bloqueios estruturais" que limitam o crescimento da economia portuguesa.
[Notícia atualizada às 20h16]
Comentários