Durante a semana passada, as autoridades aperceberam-se de algo que não é recorrente em Portugal: surgiram ameaças de ataques a escolas, com fotos de armas, que foram rapidamente partilhadas milhares de vezes nas redes sociais. Hoje, tudo foi esclarecido.
Que ameaças são estas?
As ameaças de possíveis ataques a escolas surgem relacionadas com os 24 anos do massacre de Columbine, nos Estados Unidos. Este ataque aconteceu no dia 20 de abril de 1999, na cidade de Littleton, no estado de Colorado, quando dois estudantes invadiram a Columbine High School e mataram 12 alunos e um professor, suicidando-se de seguida.
Em Portugal, nas redes sociais, começou por circular informação sobre uma eventual invasão de uma escola no concelho de Odivelas, no distrito de Lisboa.
O que diz a PSP?
Segundo o diretor nacional da PSP, Manuel Magina da Silva, o sucedido “não passou de uma brincadeira de mau gosto, tal como [os casos dos] alunos que para não irem aos exames comunicavam alertas de bomba. É uma coisa parecida”.
Apesar disso, as publicações nas redes sociais foram sinalizadas, despistadas e comunicadas à Polícia Judiciária (PJ), uma vez que, quando as situações são detetadas, as mesmas são rastreadas por todos os órgãos policiais e criminais e tomadas medidas em conformidade.
De acordo com o diretor nacional da PSP, a segurança pública é uma responsabilidade social de todos, não podendo as pessoas estar à espera que apenas os polícias detetem as situações.
“Todos temos de colaborar com as forças policiais, sinalizando situações que podem não dar em nada, como é o caso”, frisou.
E a PJ, o que avança sobre esta situação?
“Foram identificados cinco jovens, com idades de 14, 15 e 16 anos, em Odivelas, Leiria, Aveiro e Vila Nova de Gaia que estiveram envolvidos nas ameaças de ataques a escolas através das redes sociais, alguns com problemas psicológicos e com famílias complicadas”, disse o coordenador da Unidade Nacional Contra Terrorismo da PJ, Alves da Cunha à agência Lusa.
Os jovens, que assumiram a autoria das publicações nas redes sociais, disseram à polícia que não tinham noção da dimensão e do impacto das ameaças e que “foi apenas uma brincadeira”.
Sobre as imagens de armas, “durante a investigação constatou-se que eram fotos retiradas da internet, o que só por si esvazia bastante o grau de ameaça”, contou o coordenador.
A Judiciária recorreu a diligências de cooperação policial internacional e ao Instagram, onde foram publicadas as primeiras mensagens, e a partir daí foi possível localizar o primeiro autor, um jovem de 14 anos de Odivelas que foi interrogado, tal como a mãe.
“Esta primeira ameaça criou um enorme alarme social e daí estar em causa o crime de ameaça contra a paz pública”, referiu Alves da Cunha. O processo já está no Ministério Público do tribunal de família e menores e na comissão de proteção de crianças e jovens de Odivelas.
E a ameaça de bomba da Universidade Nova, em Lisboa?
Além destas ameaças nas escolas, também foi registado um alerta de bomba na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa.
Fonte oficial da FCSH confirmou ao SAPO24 que uma ameaça de bomba obrigou a direção a proceder à evacuação das instalações. Mais tarde, em nova chamada telefónica, confirmou que a ameaça não passou disso.
"A Polícia de Segurança Pública esteve no local e não encontrou qualquer indício", adiantou. Apesar de ser seguro, a direção optou por manter a faculdade encerrada, retomando atividade esta sexta-feira.
O alerta foi originado com "algumas mensagens a circular entre os alunos" e "chamadas feitas para a faculdade com teor de ameaça", o que levou com que muitos estudantes tenham começado "a concentrar-se no pátio" da FCSH, localizada na Avenida de Berna, em Lisboa.
Ao SAPO24, a Polícia de Segurança Pública confirmou ter registado a ameaça, dizendo que esteve durante a tarde "a implementar o protocolo de avaliação de segurança previsto para estes casos".
*Com Lusa
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