"Considero que temos mesmo que valorizar essa questão [os incêndios na Amazónia] e o discurso não pode nunca ser um discurso de passa culpas", disse João Pedro Matos Fernandes, que respondia a perguntas de jornalistas numa visita às intervenções na zona ribeirinha de Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, concelho afetado pelo fogo de Pedrógão Grande, em 2017.
O ministro do Ambiente e da Transição Energética vincou que a Amazónia "é um pulmão de uma excecional importância para que possa haver uma grande reserva de biodiversidade e sumidouro de gases carbónicos", considerando que os incêndios naquela região são "um problema para o mundo inteiro, para todo o planeta".
Nesse sentido, João Pedro Matos Fernandes considerou que o discurso político do Governo brasileiro "deve ser diferente do que está a ser".
O Governo liderado por Jair Bolsonaro não pode ter dúvidas "da relevância que é para o mundo e, obviamente, para o Brasil a proteção da floresta tropical da Amazónia".
"É da maior importância que o discurso político seja um discurso político de compromisso, alinhado com aquilo que diz o Acordo de Paris e de compromisso com a redução das emissões carbónicas e com o robustecer dos espaços de sumidouro carbónico, onde a Amazónia tem uma importância ímpar no mundo", vincou o ministro.
"A Amazónia é no Brasil. A Amazónia é do Brasil. A Amazónia é de todos nós", frisou.
O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até dia 19, sendo a Amazónia a região mais afetada.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.
Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).
O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou para que os incêndios na Amazónia sejam discutidos na cimeira do G7, que se realiza no fim de semana, em Biarritz, sudoeste de França, por se tratar de uma "crise internacional".
Participam na cimeira os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se mostrou "profundamente preocupado" com os incêndios numa das "mais importantes fontes de oxigénio e biodiversidade", referindo que a Amazónia "deve ser protegida".
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro anunciou que a desflorestação da Amazónia aumentou 278% em julho, em relação ao mesmo mês de 2018.
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