Segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP), presente na audiência, uma vez que Navalny estava com uma pena de prisão suspensa de três anos e meio à data dos factos, o Ministério Público também exigiu o cumprimento da pena.
Outro tribunal já tinha convertido, em 02 deste mês, a suspensão em prisão efetiva.
A decisão do juiz é esperada para dia 20.
O ativista anticorrupção chegou pela manhã a um tribunal do norte da capital russa para a terceira audiência numa ação por difamação movida por um veterano da Segunda Guerra Mundial.
“Os processos contra Navalny são fantasiosos e arbitrários”, disse a advogada do ativista, Olga Mikhailova.
“A defesa discorda categoricamente da acusação e não há nenhum elemento que constitua uma ofensa neste caso”, acrescentou.
Navalny, de 44 anos, é acusado de disseminar informações “falsas” e “abusivas” sobre este veterano, que defendeu numa conferência realizada no verão passado um referendo para fortalecer os poderes do Presidente russo, Vladimir Putin.
Nas redes sociais, Navalny considerou os participantes na conferência como “vergonha da Nação” e “traidores”.
Durante as audiências, o opositor russo multiplicou as tensas trocas de palavras com o Ministério Público e com a juíza, ao denunciar uma parcialidade e a submissão ao poder.
Paralelamente, a justiça russa vai examinar também hoje uma outra denúncia por difamação apresentada contra Navalny por Evguéni Prigojine, um poderoso oligarca próximo do Kremlin.
A justiça russa também deve considerar um recurso de Navalny, que contesta uma multa de 3,3 milhões de rublos (37.000 euros) a pagar a uma empresa de alimentos no contexto de ainda outro processo por difamação.
Em 2018, a organização de Navalny acusou a empresa de vender os seus produtos a um preço superestimado, seguindo um padrão de corrupção, para a Guarda Nacional Russa.
Inimigo profundo do Kremlin, Alexeï Navalny já foi condenado em 02 de fevereiro a dois anos e oito meses de prisão por violar uma revisão judicial datada de 2014.
Navalny acusa as autoridades russas de o quererem silenciar depois de ter sobrevivido a uma tentativa de envenenamento neste verão, pela qual responsabiliza Putin.
A detenção de Navalny, em 17 de janeiro, após regressar de cinco meses de convalescença na Alemanha, gerou protestos reprimidos em todo o país e mais de 11.000 prisões.
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