“Organizámos uma marcha lenta para mostrar o descontentamento dos agricultores da região Oeste e contra as políticas que não respondem às necessidades de vários setores”, disse à agência Lusa o agricultor Paulo Ribeiro, um dos organizadores do protesto.
Desde as 05:00, mais de 40 tratores, máquinas agrícolas e veículos ligados ao transporte de animais congestionaram o trânsito no IC2 entre o concelho de Rio Maior e a freguesia da Benedita, no concelho de Alcobaça.
O movimento, que se diz apartidário e independente, reclama a revisão do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, que considera não corresponder “às expectativas e necessidades” dos agricultores.
Num manifesto distribuído durante o protesto, os manifestantes contestam o facto de “frutas, carne e hortícolas oriundos de países terceiros “não serem “sujeito às mesmas regras e imposições de produção em Portugal”, sendo o consumidor “cativado pelo preço baixo” de produtos estrangeiros, em relação aos quais consideram ser “omitido o uso [na produção] de fitofármacos e medicamentos proibidos na União Europeia (UE)”.
No manifesto, o agricultores repudiam “a abertura de portas, por parte da UE, ao Mercosul [Mercado Comum do Sul]”, considerando tratar-se de “concorrência desleal, com prejuízo efetivo dos interesses e da segurança alimentar dos consumidores”.
Lusa“A inexistência de uma estrutura ou comissão séria e idónea que regule e supervisione o mercado ligado à produção agrícola cria entraves sérios ao escoamento da produção a um preço justo para o produtores”, criticam os agricultores, considerando “imprescindível capacitar o setor agrícola”, desde os produtores aos prestadores se serviços, à indústria.
No atual cenário geopolítico marcado por “guerras, catástrofes naturais e alterações climáticas”, os manifestantes alertam para a urgência de se “implementar medidas concretas” que defendam os interesses de Portugal e dos portugueses em tempos de escassez, de especulação e de inflação”.
Por isso, os agricultores prometem continuar os protestos e continuar “atentos às negociações que decorrem” e que consideram “insuficientes perante os desafios atuais”.
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