“Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma terceira guerra mundial”, disse o secretário adjunto do Conselho de Segurança da Federação Russa, Alexander Venediktov, em entrevista à agência oficial TASS.
“Toda a natureza suicida desta etapa [adesão da Ucrânia] é compreendida pelos próprios membros da NATO”, acrescentou.
Horas depois de a Rússia ter declarado a anexação de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, em 30 de setembro, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou um pedido de adesão acelerada à NATO.
A eventual adesão da Ucrânia, como de qualquer outro país, tem de ser aprovada por cada um dos 30 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).
Venediktov disse que o pedido de Kiev “foi imediatamente apoiado pelos europeus de Leste, incluindo os Balcãs”, mas as “potências mais sérias” reagiram sem entusiasmo.
O dirigente russo descreveu a candidatura da Ucrânia como uma “ação de propaganda” dos dirigentes ucranianos para “chamar novamente a atenção para si próprios”.
Venediktov disse que apesar de os dirigentes ucranianos “estarem fora da realidade”, não se surpreenderia que houvesse quem esperasse uma entrada da Ucrânia na NATO.
“Em qualquer caso, a posição da Rússia permanece inalterada: a adesão da Ucrânia à NATO ou a outras alianças formadas sob os auspícios dos Estados Unidos é inaceitável para nós”, afirmou.
Antes de ordenar a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, o Presidente russo, Vladimir Putin, exigiu à NATO que garantisse, em forma de tratado, que a Ucrânia nunca seria membro da organização, o que foi rejeitado pelos aliados ocidentais.
Venediktov acusou ainda o Ocidente de ser “uma parte direta” na guerra da Ucrânia, apesar das declarações em contrário.
“A admissão da Ucrânia na NATO dará automaticamente uma nova qualidade a esta participação [dos aliados na guerra], o quinto artigo entrará em vigor”, disse, referindo-se à cláusula do tratado da aliança sobre a defesa coletiva em caso de agressão a um dos Estados-membros.
Os aliados da Ucrânia têm fornecido equipamento militar às forças armadas ucranianas, que lhes permitiu lançar uma contraofensiva e reconquistar território que tinham perdido para as forças russas, incluindo nas regiões anexadas.
A guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será consideravelmente elevado.
Presidido por Vladimir Putin, o Conselho de Segurança da Federação Russa é um órgão de coordenação da política de segurança nacional e integra as principais figuras do Estado.
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