Uma das medidas previstas na versão preliminar do plano de ação, a que a agência Lusa teve acesso, é a criação de um grupo de trabalho que visa o “reforço das respostas já existentes” e a “criação de novas respostas” para lidar com um possível aumento do número de deportados dos Estados Unidos.

O grupo de trabalho deverá ser constituído pelo Instituto da Segurança Social, pela Associação dos Emigrantes dos Açores e pelas direções regionais da Habitação, Educação, Saúde, Solidariedade Social, Qualificação Profissional e Emprego, e da Cooperação com o Poder Local.

De acordo com o plano, a secretaria dos Assuntos Parlamentares e Comunidades pretende constituir uma estrutura consultiva do Governo dos Açores composta por várias organizações americanas (como o Centro de Assistência a Imigrantes de New Bradford), por casas dos Açores e por conselheiros da diáspora açoriana.

A secretaria regional liderada por Paulo Estêvão compromete-se, também, a fazer o “acompanhamento e análise contínua da produção legislativa” dos Estados Unidos sobre questões de imigração, de “forma a planear, caso se justifique, medidas mitigadoras”.

O plano prevê a articulação entre os governos dos Açores e da República e o envolvimento da Assembleia Regional, através da participação dos partidos políticos no “aperfeiçoamento” do documento.

Fonte oficial do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) confirmou que uma versão preliminar do plano de ação para responder a um possível aumento dos deportados vindos dos Estados Unidos será apresentada pelo secretário dos Assuntos Parlamentares e Comunidades no Conselho do Governo na quinta-feira.

O documento, elaborado na sequência das políticas para a imigração anunciadas pelo novo Presidente americano, Donald Trump, vai receber o contributo de outros membros do executivo regional, dos grupos parlamentares e da sociedade civil, acrescentou a mesma fonte.

Em 13 de janeiro, o Governo dos Açores anunciou que estava a preparar um plano de contingência para acolher emigrantes açorianos que venham a ser deportados pela nova administração Trump.

“Não é o cenário previsível, mas estamos a preparar-nos para o pior”, afirmou então o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, admitindo que possam vir a ser deportados “centenas” de emigrantes oriundos dos Açores, que estarão em situação ilegal nos EUA.

No sábado, em entrevista à Lusa, o secretário de Estado das Comunidades Portugueses afirmou que o Governo não prevê, para já, deportações em massa de portugueses indocumentados nos Estados Unidos, mas garantiu que a situação está a ser monitorizada com “muita atenção e cautela”.