Os números foram avançados pela presidente do Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA), Carolina Câmara, numa conferência de imprensa para apresentação do plano de atividades para este ano do organismo, sob tutela da secretaria regional da Agricultura e Florestas, e que intervêm no setor do leite, carne e produtos classificados.
Segundo a responsável do IAMA, no ano passado, a produção de leite cresceu em cerca de oito milhões de litros, depois de 2016 ter sido "um ano atípico".
"Não se consegue prever a evolução da produção na Europa. De qualquer maneira, os sinais até agora são positivos. Está a haver um maior consumo e uma maior produção de queijo", explicou ainda, frisando que os produtores "nunca irão deixar de produzir leite para produzir só carne, pois as duas atividades têm que ser mantidas numa exploração para a rentabilizar".
Para este ano, o orçamento do IAMA totaliza 24,6 milhões de euros, tendo a responsável indicado que 5,5 milhões de euros se destinam ao pagamento de ajudas regionais, nomeadamente ao transporte de adubos e apoio ao escoamento de produtos lácteos, e um milhão de euros para a qualidade e certificação de produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP), nomeadamente o Chá de São Miguel e Bolos Lêvedos das Furnas.
Também é intenção que a manteiga dos Açores venha a ser classificada como produto de Identificação Geográfica Protegida (IGP).
"De 2002 e até 2017 assistimos a um aumento de 100% em termos de abate e uma das políticas do Governo Regional é realmente investir nesta fileira para conseguir sempre estar à frente do aumento dos abates para se poder exportar", sustentou Carolina Câmara, que destacou também a construção em curso de dois novos matadouros no Faial e Graciosa, a par de investimentos de dois milhões de euros nas restantes unidades de abate.
O secretário regional da Agricultura e Florestas assinalou também os investimentos em curso na rede regional de abate, sublinhando a "aposta do Governo dos Açores na valorização da fileira da carne".
João Ponte sublinhou igualmente que o investimento nos matadouros vai potenciar e "abrir o leque de fornecedores" e referiu que “praticamente se deixou de exportar gado vivo para exportar gado abatido”.
“Vamos afetar este ano quase cinco milhões de euros para a conclusão da construção de novos matadouros, no Faial e Graciosa, e da remodelação dos matadouros de São Miguel e Terceira, ao nível do aumento da capacidade de frio”, afirmou João Ponte, acrescentando que serão disponibilizados mais dois milhões de euros para investimentos na rede regional, em projetos não cofinanciados por fundos comunitários.
Para o governante, a carne "já não pode ser vista como uma subatividade do leite".
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