“Queremos assegurar uma distribuição justa de vacinas aos Estados-membros e, nessa área, tenho boas notícias: os países vão todos ter vacinas ao mesmo tempo e nas mesmas condições, tendo em conta a sua dimensão populacional”, declarou Ursula von der Leyen.
Falando em conferência de imprensa após uma cimeira europeia por videoconferência dedicada à pandemia de covid-19, a líder do executivo comunitário frisou que “isto já está acordado com os Estados-membros”, durante a reunião de hoje do Conselho Europeu.
“Mas ainda antes disso, de chegarmos à vacinação, é preciso assegurar estruturas para tal e é por isso que pedimos aos Estados-membros para garantirem que preparam os seus planos nacionais de vacinação […] a este objetivo”, vincou Ursula von der Leyen.
A Comissão Europeia já assinou contratos com três farmacêuticas para assegurar vacinas para a Europa quando estas se revelarem eficazes: a AstraZeneca (300 milhões de doses), a Sanofi-GSK (300 milhões) e a Johnson & Johnson (200 milhões).
A reunião por videoconferência de hoje foi a primeira desde que, no anterior Conselho Europeu (presencial), em Bruxelas de 15 e 16 de outubro, e face à gravidade da situação, os líderes europeus decidiram manter contactos regulares, mesmo que à distância, para discutir a evolução da pandemia, cuja segunda vaga está a atingir toda a União Europeia, com vários Estados-membros a registarem nos últimos dias números recorde de casos positivos.
Nas declarações prestadas aos jornalistas, Ursula von der Leyen anunciou, também, o lançamento de uma plataforma a nível europeu para “juntar os especialistas que estão a aconselhar os governos nacionais e a UE”.
“Foram os especialistas nacionais que nos solicitaram que o fizéssemos para podermos trocar melhores práticas e para alinharmos os nossos conselhos científicos aos governos nacionais”, explicou, notando que o objetivo é “perceber o que funciona e evitar mensagens conflituosas ou confusas”.
Até porque “estamos a aprender dia a dia e também a ciência está a entender como lidar com este vírus, pelo que esta troca de conhecimento científico ao mais alto nível é da maior importância”, argumentou.
Numa altura em que a Europa assiste a um aumento exponencial do número de casos de infeção, mas também de internamentos, Ursula von der Leyen disse ainda reconhecer que “toda a gente está cansada, toda a gente está preocupada, todos perguntam quando se sairá desta crise”.
“Mas agora o que temos de mostrar é que união, disciplina e paciência por parte de todos, desde os governos, até cada um dos cidadãos. O mais importante é que adotemos e mantenhamos hábitos saudáveis relativamente a nós e aos que nos rodeiam. Há que evitar os contactos próximos, as concentrações de pessoas e recintos mal ventilados”, apelou a líder do executivo comunitário.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo.
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