O chefe de Estado chegou ao parlamento pelas 09:45, de gravata azul e sem cravo na lapela, ao contrário do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que o recebeu e com ele passou revista militar, e que exibia a flor que deu nome à revolução do 25 de Abril.
Ao percorrer os corredores do parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa mostrava já um cravo vermelho na mão, com o qual entrou na sala do hemiciclo, tal como no ano passado, o primeiro em que esteve nesta cerimónia enquanto Presidente.
A sessão solene iniciou-se, como tradicionalmente, com "A Portuguesa" tocada pela banda da GNR, que minutos antes ocupava, com ensaios, a sala das conferências do parlamento, junto aos Passos Perdidos.
O primeiro-ministro, António Costa, e membros do Governo envergam cravo vermelho ao peito, assim como o líder do PSD, Pedro Passos Coelho.
O único antigo chefe de Estado a assistir a esta sessão solene foi Ramalho Eanes, acompanhado pela mulher, estando ausentes Jorge Sampaio e Cavaco Silva.
Presentes estiveram também os ex-presidentes do parlamento Assunção Esteves e Mota Amaral, os capitães de Abril Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, e Otelo Saraiva de Carvalho, ausentes da cerimónia durante o Governo PSD/CDS-PP e a aplicação do programa de ajustamento.
Otelo, estratego do 25 de Abril, chegou acompanhado por Canto e Castro, seu adversário nos anos pós-revolução.
O ensaísta Eduardo Lourenço chegou à cerimónia acompanhado pelo antigo presidente do CDS-PP e ministro durante o Estado Novo Adriano Moreira.
Antes do início da sessão, alguns convidados aproveitaram para conversar, como o comunista Domingos Abrantes e o bloquista Francisco Louçã, ambos conselheiros de Estado.
À entrada do hemiciclo, onde estava um vaso com cravos vermelhos, agruparam-se ministros e individualidades. Entre os ministros, Mário Centeno, exibia sorridente, um cravo na lapela, e o mesmo acontecia com ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
Azeredo Lopes, com cravo, conversou alguns minutos com a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal.
Muitos deputados escolheram gravata vermelha para acumular com o rubro cravo, como os comunistas António Filipe e Jorge Machado, e o vermelho foi também o tom da indumentária de algumas deputadas, como as sociais-democratas Berta Cabral e Sandra Pereira, e as socialistas Maria da Luz Rosinha e Idália Serrão.
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, sobrepôs o vermelho do cravo ao mesmo tom do seu casaco.
Com quatro ecrãs gigantes, a sala das sessões concentrou a decoração especial no púlpito e na mesa da Assembleia da República, enquadradas por um friso frondoso de cravos vermelhos e verdura.
Do púlpito, começaram, poucos minutos depois das 10:00, as intervenções, iniciadas, por ordem crescente de representatividade dos partidos, pelo deputado do PAN (Pessoas-Animais-Natureza), André Silva.
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