“Temos sempre muitos pedidos em dezembro devido às férias escolares e claro que alguns já seriam em complemento à visita a Perlim”, declarou à Lusa a diretora da Biblioteca Municipal, Etelvina Araújo. “Mas este ano começamos a ter outro tipo de solicitação, como uma de Viana do Castelo que envolvia um grupo de 170 crianças, e foi-nos impossível dar resposta porque, sem perturbar o normal funcionamento da biblioteca, o máximo que conseguimos acolher é dois grupos de 30 crianças em cada manhã”, explicou.

Nesta fase, o leque de atividades natalícias já inclui leitura de contos invulgares, oficinas e teatro, mas, começando a “antecipar cada vez mais solicitações de grande dimensão no futuro”, Etelvina Araújo equaciona passar a envolver na programação de dezembro o auditório da biblioteca, cuja capacidade é de 192 lugares.

No Museu Convento dos Loios, por sua vez, esta altura do ano sempre incluiu uma exposição temporária relacionada com o Natal, mas a de 2017 será a primeira especificamente alusiva ao imaginário de fantasia de Perlim, pelo que aí se poderão apreciar objetos como algumas das primeiras cartas escritas ao Pai Natal, o traje típico dos seus duendes, produtos da sua fábrica de brinquedos e uma bandeira da Lapónia.

“Nunca nos pudemos queixar da procura durante o mês de dezembro, porque temos muitos grupos escolares que vêm ver a exposição e depois fazem as oficinas relacionadas com esse tema, mas é verdade que Perlim tem trazido mais gente ao museu”, afirma Ana José Oliveira, diretora desse equipamento.

Essa evolução é confirmada pela mais recente estatística de afluência ao local: em dezembro de 2016 passaram pelos Loios 2.912 visitantes e, desses, 900 participaram nas atividades do seu serviço educativo; este ano, uma semana antes da abertura de Perlim já eram “mais de 1.000” as crianças inscritas nas oficinas do museu, que incluem sempre uma visita à sua exposição temporária.

“A diferença é que, desta vez, também vamos estar abertos de manhã durante o fim de semana e feriados, para as pessoas que quiserem vir cedo para a Feira terem mais alternativas de ocupação – e, aqui, com a vantagem de estarem mesmo a poucos metros de Perlim”, realçou Ana José Oliveira.

O terceiro equipamento que vem beneficiando da ligação ao parque temático é o Zoo de Lourosa, que em dezembro de 2016 registou um aumento de procura na sequência do protocolo estabelecido com a organização de Perlim para aplicação de descontos na compra de entradas para ambos os recintos.

Salomé Tavares, diretora do zoo, diz que a parceria “funcionou muito bem” e, agora, para rentabilizar essa relação, também implementou um novo horário em dezembro: abre portas aos sábados, domingos e feriados de manhã, para quem apreciar pássaros raros os poder descobrir no único parque ornitológico do país antes de seguir para Perlim.

“Como os grupos escolares pagam o mesmo pelo autocarro quer comecem a viagem às 09:00 ou às 13:00, aproveitam para vir cá de manhã e ainda levam um ‘voucher’ para pinturas faciais em Perlim, onde nos encontram outra vez à tarde na ‘Floresta Silenciosa’”, revela Salomé Tavares.

A procura por parte de visitantes estrangeiros também é intensificada neste período: “No ano passado recebemos muitos grupos de fora que ficaram um dia a dormir na Feira ou no Porto e passaram por cá antes de ir a Perlim. Houve dias no Zoo em que só ouvíamos falar espanhol”.

O parque temático Perlim, que Santa Maria da Feira dedica ao imaginário infantil natalício, arranca na sexta-feira.

Na edição de 2016, o Perlim recebeu mais de 120.000 visitantes em 22 dias de funcionamento.