Apesar de ter colocado Espanha no mapa gastronómico da alta cozinha, o restaurante costeiro localizado junto a Roses, localidade perto de Girona, teve de fechar em 2011 devido aos enormes custos operacionais que a sua natureza inovadora obrigava. Adrià chegou mesmo a revelar que, apesar de cobrar mais de 200 euros por refeição, o restaurante estava a perder 500 mil euros por ano.
Agora, apoiado com um investimento de 10 milhões de euros, o elBulli será reaberto, com a data projetada para fevereiro de 2020. A ideia passará por acolher profissionais da gastronomia para trabalhar em projetos de inovação, ao mesmo tempo que terá um museu apenas acessível por marcação.
Rebatizado com o nome “elBulli1846”, o antigo restaurante - que chegou a ser considerado o melhor do mundo consecutivamente entre 2005 e 2009 pelo guia The World’s 50 Best - tem uma nova missão, a de “criar conhecimento de qualidade quanto à gastronomia de restaurante e tudo o que a envolve”, disse Adrià à Reuters, antes de subir ao palco do congresso gastronómico Madrid Fusión.
Conhecido por alavancar a grande tendência gastronómica da cozinha molecular - centrada numa abordagem científica da manipulação da comida em diferentes texturas e formas - o elBulli acrescenta agora o “1846” por homenagem a um dos maiores inovadores gastronómicos de sempre, Auguste Escoffier, nascido nessa data e impulsionador da “haute cuisine” francesa.
“Vão haver pessoas a dizer que isto não vai funcionar, mas elas costumavam dizer o mesmo nos anos 90”, disse Adrià.
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