
A programação assinala os 700 anos da morte do rei D. Dinis e os 735 anos “de uma das suas maiores criações, a Universidade Portuguesa, a Universidade de Coimbra [UC]”, afirmou hoje o vice-reitor da UC para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta, Delfim Leão.
Celebrando também os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, cuja programação teve início em 2024 e se estenderá até 2026, bem como o centenário do nascimento de Carlos Paredes, todos estes fatores ajudam a explicar o tema da Semana Cultural, que é a poesia, destacou.
“Temos em Camões o príncipe dos poetas, temos em D. Dinis o Rei Trovador”, e a poesia, aqui entendida não apenas como uma manifestação artística concreta, mas no sentido original do termo - o ato de criação -, “a própria Universidade é um ato de poesia”, referiu Delfim Leão.
De 01 a dia 15 de março, decorrem concertos, apresentações teatrais, exposições, instalações artísticas, espetáculos multimédia, performances e atividades para crianças, além de eventos convergentes.
O programa acontece em mais de 20 palcos distribuídos por Coimbra e a maioria das atividades é de entrada gratuita.
Ao longo da conferência de apresentação da Semana Cultural da UC, na manhã de hoje, o vice-reitor destacou que irá tornar-se patente ao público, no dia 01 de março, na sala do Exame Privado, o busto de D. Dinis, criado para ser uma representação “o mais fiel possível àquilo que seria o rosto real” do rei.
Embora a obra já tenha sido apresentada ao público em janeiro, “impunha-se apresentá-la igualmente no dia 01”, referiu, acrescentando que esta “será uma exposição reforçada, porque também vai ter uma narrativa à volta de todo o processo de investigação científica que levou à possibilidade de ser proposta esta representação”.
O concerto do Dia da Universidade de Coimbra, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), uma exposição no Rómulo - Centro Ciência Viva da UC, que convida os visitantes a conhecerem a mecânica quântica através da poesia, e uma instalação audiovisual, de Tiago Cravidão e Club De Ancas — CineClub Bairrada, na Casa da Esquina, são algumas das propostas da Semana Cultural.
A iniciativa conta ainda com a performance “Por um Milhão de Palavras — As Escolhas de Sophia”, no Grémio Operário de Coimbra, o espetáculo “Poesia na Dança”, no Teatro Loucomotiva (em Taveiro, município de Coimbra), e “Corpo Po-ético”, no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC).
O presidente do Caminhos do Cinema Português, Tiago Santos, classificou a programação daquela entidade para a Semana Cultural como ousada e prestigiante.
Apesar de existir “bastante receio de que a cidade possa não corresponder” ao programa do Caminhos do Cinema Português, este “é sobretudo um grito para perceberem que a Casa do Cinema de Coimbra é um espaço onde cabe o exclusivo”, defendeu.
Em resposta aos jornalistas, destacou a exibição do filme A Cor da Romã, de Sergei Parajanov, “uma oportunidade de descentralizar a oferta que só existe em Lisboa e no Porto”, enquanto A Montanha Sagrada, de Alejandro Jodorovski, é uma obra que “já não é exibida no país há cerca de uma década”.
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