A editora Companhia das Letras fala num livro irresistível, no qual o leitor é transportado “para um cenário que combina memórias e imaginação, e que revela um rapaz à descoberta da Cidade Eterna, dos laços de amizade, dos sonhos que se evaporam, dos primeiros desejos”.
“Bambino a Roma”, que é editado no Brasil em agosto e em Portugal em 23 de setembro, remete para o período entre o fim da infância e início da adolescência que Chico do Buarque viveu em Itália.
O pai do cantor e escritor, o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, foi convidado a dar aulas numa universidade em Roma, na década de 1950, e emigrou levando com ele a família.
Mais tarde, entre 1968 e 1970, quando já era um artista reconhecido, Chico Buarque voltou a viver em Roma, onde se exilou durante a ditadura militar do Brasil (1964-1985). A primeira filha do cantor, com a atriz Marieta Severo, Sílvia, nasceu em Roma.
Entre os vários álbuns que editou está “Chico Buarque de Hollanda na Itália”, que saiu em 1969 e inclui versões em italiano de músicas de Chico como “A banda”, “Madalena foi pro mar” e “Olê, Olá”.
Francisco Buarque de Hollanda, que completou 80 anos em junho, tem uma carreira musical de mais de cinco décadas, mas também se destaca no mundo da literatura como escritor.
Chico Buarque estreou-se na literatura em 1974 com a novela “Fazenda Modelo” e, 17 anos depois, publicou o primeiro romance, “Estorvo”.
Além de romances, é também autor de contos, poesias, peças teatrais e livros infantis, com títulos como “Roda Viva”, “Gota d’Água”, “Ópera do Malandro”, “Chapeuzinho Amarelo”, “Benjamim” e “O Irmão Alemão”.
Chico Buarque esteve em Portugal no ano passado para receber o Prémio Camões, com o qual foi distinguido em 2019, e para uma série de concertos de apresentação do espetáculo “Que tal um samba”, no Porto e em Lisboa.
Para o júri do Prémio Camões, a maior distinção literária de língua portuguesa, a escolha de Chico Buarque deveu-se à sua “contribuição para a formação cultural de diferentes gerações”, e o “caráter multifacetado” do seu trabalho, da poesia, ao teatro e ao romance, estabelecendo-se como “referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo”.
Antes do Prémio Camões já fora distinguido três vezes com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, por “Estorvo” (1991), “Leite Derramado” (2010), obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura, e “Budapeste” (2006).
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