Romances
“Cidade Infecta”, de Teresa Veiga
Chega um novo romance da autora que foi vencedora, por três vezes, do Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco/APE.
Em “Cidade Infecta”, o assassinato de uma mulher interrompe a tranquilidade de uma pequena cidade do interior, “onde a vida segue os trilhos da tradição”. O livro conta a história de Raquel e Anabela, que apesar de os seus traços de caráter serem “diametralmente opostos, ou precisamente por isso, (..) acendem de imediato a chama da amizade”.
É quanto estão prestes a desvendar uma à outra “os seus mais inconfessáveis segredos” que surge “uma nova e devastadora tragédia”.
A Tinta da China lança o livro em edição de bolso, com capa mole e os típicos cantos redondos. A editora destaca este livro na Feira do Livro de Lisboa, dia 12 de setembro, como um dos cinco livros do dia - o que quer dizer que estará com desconto adicional, tal como outros dois livros da autora, noutros dias da Feira.
"A Ladra de Fruta ou Viagem de Ida ao Interior do País", de Peter Handke
Peter Handke não lhe deve ser um nome estranho. Afinal, foi Prémio Nobel da Literatura em 2019. É com tradução de Helena Topa que a Relógio D'Água traz o romance “A Ladra de Fruta”, que Peter publicou dois anos antes de a Academia Sueca o distinguir.
O romance narra três dias na vida de Alexia, a quem chamam “a ladra de fruta”. O primeiro desses dias é em agosto, na véspera da partida para a Picardia francesa, onde vai procurar a mãe. Antes de partir, o pai dá-lhe alguns conselhos para essa “viagem de aventura e iniciação, que de facto não começa com Alexia, mas com o próprio narrador”.
A editora escreve que “tal como outros livros de Handke, ‘A Ladra de Fruta’ é um livro singular, reunindo o estranho e o maravilhoso, neste caso através da deambulação pelos campos, dos riscos da amizade e do inesperado. Acima de tudo, Alexia tem a capacidade de sentir com intensidade as experiências que procura ou que a vida lhe vai oferecendo.”
O autor austríaco tem dois títulos editados na Relógio d’Água, "A Dor Do Chinês” e “A Angústia do Guarda-redes Antes do Penalty”.
"Seja o que For", de Miguel Araújo
“Desconfio das almas que se entregam às coisas moderadamente e misturo-me com as que se entregam às coisas demoradamente” – é uma das frases em que Miguel Araújo brinca com as palavras.
Depois de “Penas de Pato”, a Companhia das Letras dá casa a mais um livro do autor, mais conhecido pelo seu trabalho na música. “Seja o que for” é um conjunto de textos que desafiam “a que nos consigamos abstrair da correria da vida, nos desliguemos das catástrofes dos noticiários, e nos reencontremos com os grandes nadas e os pequenos tudos”.
Miguel Araújo estará na Feira do Livro de Lisboa a dar autógrafos, dia 29 de agosto, às 17h00, no pavilhão. Caso não consiga estar nesse dia, aponte que dia 30 de agosto a sessão repete-se às 17:00, no mesmo local.
"O Livro do Deslembramento", de Ondjaki
O escritor angolano presenteia os leitores com mais um livro e, tal como em outras obras de Ondjaki, “O Livro do Deslembramento” leva-nos para Luanda no período em que a guerra civil parou, e houve eleições em Angola pela primeira vez. Mas em pouco tempo reacende-se a guerra civil.
Vemos essa Luanda através dos olhos de uma criança. Essa Luanda em que "uma pessoa não sabe passar um dia só sem inventar uma estória". E as histórias seguem-se, numa estudada circularidade, até à última página.
O livro é publicado no ano em que passam precisamente 20 anos sobre a publicação do primeiro livro de Ondjaki, pela Editorial Caminho. Ouça um excerto aqui.
"Lugar para Dois", de Miguel Jesus
Miguel Jesus é formado em economia, foi professor de Gestão, gestor comercial e músico. Com “Lugar para Dois” foi finalista do Prémio LeYa e o livro inclui temas compostos e interpretados pelo próprio autor.
É “um livro que se pode ler e ouvir em simultâneo” e trata da história de Daniel Stoffel que depois do sucesso da inauguração do Metropolitano de Lisboa, obra da qual era responsável financeiro, parece poder escolher o futuro que quiser. Mas a morte da filha "num acidente estúpido" enche-o de uma culpa de que não se consegue libertar.
Com o casamento desfeito, é na bebida que encontra consolo – até que um amigo lhe sugere que deixe Portugal e tente recomeçar a vida noutro lugar. Instala-se, então, num lugar recôndito de Moçambique, onde uma "velha negra" o ajuda nas tarefas domésticas. Os jornais que ela lhe leva põem-no a par dos movimentos independentistas das colónias e das mudanças pelas quais a Metrópole passa.
“Lugar para Dois” é um romance sobre “a culpa, o amor e aquilo que ainda tem para dar quem julga que, afinal, já perdeu tudo”. Está editado pela Casa das Letras.
"A Patrulha da Linha Púrpura", de Deepa Anappara
Este é o primerio romance da autora indiana. O livro inspira-se em acontecimentos reais para contar a história de três amigos – Jai, Pari e Faiz - em busca de um colega de turma desaparecido.
Deepa Anappara é mestre em Escrita Criativa pela Univesity of East Anglia e levou a cabo várias reportagens sobre o impacto da pobreza e da violência religiosa na educação das crianças. Essas peças jornalísticas valeram-lhe um Developing Asia Journalism Award e outros prémios para jornalismo de investigação.
O livro esteve na longlist para o Women’s Prize for Fiction 2020 e está a ser traduzido para 22 línguas. Chega a Portugal pela Editorial Presença.
“A Identidade” e “A Ignorância”, de Milan Kundera
A Dom Quixote reedita estes dois romances do autor checo-francês mundialmente conhecido pelo livro “A Insustentável Leveza do Ser”.
Em “A identidade”, Chantal e Jean-Marc vivem juntos em Paris. Amam-se tanto que por vezes parecem confundir-se. Há situações em que, por um instante, nenhum dos dois se reconhece, em que a identidade do outro se dissolve e em que, consequentemente, cada um duvida da sua própria identidade.
A editora escreve que “Kundera agarra o leitor, obrigando-o a mergulhar no labirinto que o próprio casal percorre e a cruzar, como ele, a fronteira entre o real e o irreal, entre o que ocorre no mundo exterior e o que, solitariamente, elabora uma mente dominada pela insegurança”, acrescentando que “de todos os escritores contemporâneos, apenas Kundera consegue transformar essa percepção oculta e desconcertante na matéria de um romance, um dos seus melhores, mais dolorosos e reveladores. E que, surpreendentemente, acaba por ser uma história de amor”.
Em “A ignorância”, Kundera propõe “mais uma pujante análise da condição humana e da contemporaneidade assente num discurso que tem tanto de irónico como de corrosivo”.
Esta é a história de uma mulher e de um homem que se reencontram por acaso durante a viagem de regresso ao seu país natal, de onde emigraram 20 anos antes, tendo interrompido a sua estranha história de amor. A editora escreve que esta narrativa é o mote para uma “excecional reflexão sobre um fenómeno que, no século XX, atingiu uma dimensão sem igual na história: a emigração”.
Fantasia e suspense
"Sombra de um peregrino", Rafael Loureiro
Sempre que Adriel adormece tem um pesadelo em que revê a mulher a ser assassinada por uma entidade demoníaca. Emocionalmente fragilizado e à beira da loucura devido à privação do sono, tenta pôr fim à sua vida já destruída. É então que conhece um frade da Ordem Mercedária, que passa a ser a única âncora para a sua lucidez e a única pessoa a acreditar nele.
Juntos, irão tentar descobrir a origem daquela entidade assassina e qual o seu propósito, viajando pelos altos e baixos da fé. “Sombra de um peregrino” passa a ser uma história de amor quando Adriel conhece Laura.
Rafael Loureiro é professor de Educação Física e o gosto pela escrita manifestou-se primeiro através da poesia e, mais tarde, de contos. A Editorial Presença também editou a trilogia Nocturnus e em 2016 lançou um romance distópico chamado “Cinzas de Um Novo Mundo”.
O autor vai estar na Feira do Livro de Lisboa a dar autógrafos, dia 29 de agosto, às 17h00, no pavilhão da editora.
Poesia
"Regresso a Casa", de José Luís Peixoto
“A poesia também é uma casa. Regressei”, escreveu José Luís Peixoto na rede social Instagram. O escritor diz isto porque passaram 12 anos desde que escreveu o livro de poesia “Gaveta de Papéis” e 18 desde “A Criança em Ruínas”.
“Entro com a minha mãe no quintal da nossa casa. / A terra está coberta por folhas de várias estações./ Os pessegueiros perguntam por onde andámos,/ porque demorámos tanto. As plantas dos canteiros/ transbordaram, embaraçaram-se numa espécie de/ desespero. A água do tanque de lavar a roupa é/ verde. O pombal não tem pombos. A coelheira/ não tem coelhos. A capoeira está habitada pela/ memória de galinhas submissas e galos no poleiro, desconfiados de qualquer movimento.”
É assim que começa um dos poemas deste novo livro de poesia, editado pela Quetzal.
José Luís Peixoto dará autógrafos na Feira do Livro de Lisboa dia 29 de agosto, às 15h00, no Espaço Porto Editora | Bertrand Editora; e 5 de setembro à mesma hora e local.
"Antologia Dialogante de Poesia Portuguesa", escolha e apresentação de Rosa Maria Martelo
Rosa Maria Martelo tratou de escolher poemas de que gosta e compilou-os. A editora Assírio e Alvim deu forma ao livro de cerca de 270 páginas.
A professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto disse à Lusa que a ideia foi “escolher textos poéticos e articulá-los de maneira a colocar em evidência vínculos já existentes entre eles”, explicando que "não se trata de poemas simplesmente inspirados na poesia de um outro poeta, mas de poemas que de certa forma respondem a poemas anteriormente escritos, poemas que não poderiam existir tal como são se antes deles não tivessem sido escritos outros poemas, com os quais dialogam".
Este livro reúne cerca de 100 poemas de diversos autores, de clássicos como Luís de Camões a poetas vivos como Ana Luísa Amaral, Golgona Anghel ou Daniel Jonas passando por Bocage, Cesário Verde, Manuel António Pina, Sophia Mello Breyner, Vasco Graça Moura ou Luiza Neto Jorge.
"Errático", de Rosa Oliveira
Este é o terceiro livro de poemas de Rosa Oliveira. Pedro Mexia, que tem a seu cargo a edição dos livros poéticos na editora Tinta da China, adjetiva a voz da autora como “impaciente, descrente, anti‑épica, desconfiada de epifanias”.
Mexia escreve que neste livro “discute as coisas‑em‑si‑mesmas questionando os processos estilísticos e as construções teóricas que usamos para representá‑las”.
E acrescenta: “Lúdicos e disfóricos, os poemas convocam paisagens originais e mitologias inesperadas, algumas desgostosas, algumas paródicas, Viseu e «os anos 70», a infância e a morte, Heráclito e Luke Skywalker. Um «pensamento‑sombra» ensombra tudo, transforma as coisas em referentes obsessivos mas inacessíveis. E no fim fica a pergunta: 'o que faremos do tempo, única, insolúvel questão'? O que faremos do passado, ao qual ninguém regressa? Ou do futuro que, como avisou Leonard Cohen, talvez não seja radioso?”
A autora, com “Cinza” (2013), foi Prémio Pen Clube Primeira Obra. Com o livro “Tardio” (2017) recebeu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro.
O lançamento deste livro vai contar com a presença da autora e apresentação de Pedro Mexia, na Feira do Livro de Lisboa, dia 29 de agosto, pelas 18:15 no Auditório Sul. Segue-se uma sessão de autógrafos com Rosa Oliveira e o editor, Pedro Mexia, na Praça Laranja, às 19h00.
Viagens
"Porque Caminhas?", de Luís Ferreira
Santo Agostinho escreveu que “Mesmo que já tenha feito uma longa caminhada, sempre haverá mais um caminho a percorrer” – o que parece fazer sentido visto que este é o sétimo trabalho de Luís Ferreira relacionado com o Caminho de Santiago. Em 2012, Luís descobriu o Caminho de Santiago e um ano depois publicou “Entre o Silêncio das Pedras”. Seguiu-se “Diário de Xavier Lopes” (2013), um livro de pensamentos de um peregrino; o romance “O Peregrino”, em 2016; e dois anos depois um thriller passado na cidade de Santiago de Compostela, intitulado “A Sombra da Verdade”.
“Todo o caminho tem um início, e este começara uns anos antes de pôr a mochila às costas, no decurso de um árduo trabalho de investigação. Naquela noite de meados de junho, sob a luz intensa de vários holofotes, já não conseguia esconder o cansaço, e desejava, ansiosamente, o fim daquela jornada. Os últimos meses, passados entre Portugal e Espanha, tinham sido de tal forma intensos, que levaram a que perdesse a noção do tempo e dos quilómetros percorridos.” - é assim que abre “Porque caminhas?”, um romance que “aborda a complexidade humana, nos seus medos, paixões, dúvidas e interrogações”, escreve a Ego Editora.
A Editora Ego promove, na Feira do Livro de Lisboa, um debate sobre o presente e o futuro dos Caminhos de Santiago. O evento conta com a presença de Luís Ferreira, do historiador Paulo Almeida, entre outros convidados, no Auditório Poente, no dia 29 de agosto, às 19:15.
Contos
"Estórias com Figuras", de Antonio Tabucchi
A partir de pinturas de artistas que admirava, Antonio Tabucchi fez um livro de contos.
Sobre este livro editado pós-vida do autor italiano, pela Dom Quixote, Tabucchi escreveu que a pintura entrou “fortemente” na sua escrita, “como estímulo, como insinuação, também um pouco como encantamento”.
Para o autor, “a realidade passa mais através dos olhos do que dos ouvidos”. Por aquilo que via condicionar a escrita, escreveu "muito sobre pintura e para a pintura, ou graças à pintura, e é disso que vos vou falar”, escreveu sobre o livro.
"Três Novelas", de Mário Cláudio
Os 50 anos de vida literária do autor é o pretexto para reunir três novelas num só volume. Não quaisquer umas: as três primeiras novelas assinadas por Mário Cláudio e publicadas entre 1974 e 1983.
O livro encontrava-se fora de mercado há já vários anos e a Dom Quixote tratou de mudar isso. Mário Cláudio, pseudónimo para Rui Manuel Pinto Barbot Costa, recebeu, em 1985, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores por “Amadeo”, o primeiro romance de um conjunto posteriormente intitulado “Trilogia da Mão” (1993). Em 2001 recebeu o prémio novela da mesma associação pelo livro “A Cidade no Bolso” e, em dezembro de 2004, foi galardoado com o Prémio Pessoa.
Mário Claúdio estará na Feira do Livro de Lisboa no último dia do evento, 13 de setembro, pelas 16h30, para autografar os livros dos leitores, no espaço da LeYa.
"Como A Água Que Corre", de Marguerite Yourcenar
Neste livro foram reunidas três novelas de Marguerite Yourcenar: “Anna, Soror… é um escrito de juventude” (1925), sobre uma relação incestuosa entre irmão e irmã na Nápoles do século XVI; “Um Homem Obscuro”, escrito entre 1979 e 1981, que nos fala da vida e morte de Natanael, um homem da Holanda do século XVII, “que lança sobre o mundo um olhar desprevenido”; e “Uma Bela Manhã”, também escrita entre 1979 e 1981, que tem como protagonista Lázaro, o filho de Natanael, "que muito novo se junta a um bando de comediantes shakespearianos, por conhecer de cor as falas das personagens do teatro isabelino".
Marguerite Yourcenar (nome que é quase um anagrama do seu apelido verdadeiro, Crayencour) escreveu romances como “Memórias de Adriano” e “A Obra ao Negro”. Publicou várias novelas e obras poéticas, e traduziu, por exemplo, Virginia Woolf.
Espiritualidade e Autoajuda
"O Amor Só Existe para Quem Souber Existir", de Another Angelo
“O Amor Só Existe para Quem Souber Existir e outras frases para nos fazer (voltar a) sentir” é o primeiro livro do ilustrador Another Angelo. A editora Planeta edita as 167 páginas “cheias de ilustrações, palavras fofinhas para vos tentar animar um pouco, com muito amor, humor e alegria!”
Com mais de 44 mil seguidores no Instagram, as frases ilustradas, "irónicas, divertidas, poéticas e críticas" que o ilustrador partilha traçam um retrato da nossa sociedade. Fazem-nos pensar “acerca de temas tão atuais como a ansiedade, a solidão, o tempo, o amor e a felicidade”.
“Porque a vida é feita de finais felizes mesmo com alguns deslizes.”
"Não Há Impossíveis", de Paulo Azevedo e Paulo M. Morais
“O homem que deu aquela palestra aos meus jogadores é hoje um dos melhores oradores motivacionais do país. Através deste livro, os leitores perceberão que ele é um motivador, um especialista em liderança, um indivíduo capaz de, no fundo, oferecer aos outros aquilo que ele tem, as qualidades fantásticas de determinação e superação que ele tem”, escreve José Mourinho no prefácio de “Não Há Impossíveis”.
“Podia ser pior”, disse a sua mãe, aos 16 anos, quando percebeu que tinha acabado de dar à luz uma criança sem mãos e sem pernas. Começou a escrever-se assim a história de Paulo Azevedo. “Paulo Azevedo rejeitou desde cedo (…) palavras como ‘não’ ou ‘impossível’. Jogou futebol, aprendeu a nadar, estudou, namorou, saiu à noite, passou a conduzir uma moto 4 e depois um automóvel, tornou-se ator de teatro, televisão e cinema, foi também apresentador, venceu até um concurso televisivo de mergulhos e foi pai de duas crianças”.
Neste livro editado pela Contraponto Editores, do Grupo Bertrand Círculo, estão os seus medos, as suas angústias, os seus erros, mas também os seus heróis e todos os momentos decisivos que lhe permitiram perceber qual o seu papel no mundo e encontrar o seu caminho: "o de inspirar tantas pessoas quanto possível, mostrando-lhes que, se ele conseguiu, elas também conseguem, mostrando-lhes que não há impossíveis".
No último dia da Feira do Livro de Lisboa, Paulo Azevedo vai dar uma sessão de autógrafos às 15h00, no espaço da Porto Editora
"E Depois da Covid-19", de Diana Gaspar
A psicóloga Diana Gaspar escreve: «Não queríamos nada disto e muito menos desta forma. Afinal, para quê tantos objetivos, sonhos, tanta correria e pressa para depois ficarmos confinados a quatro paredes, sozinhos, sem muitos recursos, com menos dinheiro, longe dos que amamos e com a exigência de novas rotinas? Parece que, de repente, o mundo mudou. E mudou mesmo.»
O livro publicado pela Manuscrito Editora contém a visão da autora sobre “como superar o trauma do vírus que mudou o mundo e encontrar um novo propósito para uma vida com (verdadeiro) sentido”.
A autora vai dar uma sessão de autógrafos na FLL, dia 11 de setembro, no pavilhão da editora.
Não-Ficção
"O Que É Amar Um País - O Poder Da Esperança", de José Tolentino Mendonça
José Tolentino Mendonça é sacerdote, mas também autor. Neste pequeno volume reúnem-se três temas: o que é amar um país; qual o sentido da palavra ‘esperança’ em tempos de pandemia; e, por último, “de que forma a beleza, a graça e a fé podem combater a solidão e a calamidade do nosso tempo”.
Uma possível resposta a "o que é amar um país" está presente no discurso de José Tolentino Mendonça nas cerimónias do 10 de junho deste ano, Dia de Portugal, que vem publicado na íntegra neste livro editado pela Quetzal.
O segundo tema está na origem de um texto intitulado "O Poder da Esperança", publicado originalmente no início da pandemia, e “onde se viaja pelo meio dos clássicos, da filosofia, da teologia e da poesia - como experiências da catástrofe e da terapia de resposta”.
O livro termina com onze textos dispersos que prolongam a leitura dos livros anteriores do cardeal em torno da "necessidade da beleza e contemplação em tempos de solidão, imprevisibilidade e dor extrema".
"Mulheres Invisíveis — Como os dados configuram o mundo feito para os homens", de Caroline Criado Perez
Com tradução de Maria Eduarda Cardoso, chega a Portugal o livro vencedor do Royal Society Science Book Prize 2019. Depois de “Do It Like a Woman: ... and Change the World”, Caroline Criado Perez, licenciada em língua e literatura inglesa pela Universidade de Oxford, escreve sobre o “défice informacional de género” e como “geralmente não é mal‐intencionado ou sequer deliberado”.
No prefácio do livro ainda escreve: “É simplesmente o resultado de uma forma de pensar que prevalece há milénios e que, em consequência, é uma espécie de não pensar. (…) O que é novo é o contexto em que as mulheres continuam a ser o Outro. E esse contexto é um mundo cada vez mais dependente e cativo dos dados.” O livro editado pela Relógio d’Água edita tem 392 páginas.
Memórias e Testemunhos
“Alguém que me cale - As entranhas de quem tem tanto medo que já nem se assusta”, de Joana Gama
A comediante Joana Gama pegou nas suas entranhas e pô-las cá para fora para que as pudessem ver. Neste livro, Joana aborda “temas difíceis, e ainda tabu, em textos escritos de uma forma crua, despretensiosa e verdadeira, com medo de falhar e de se expor, mas com coragem suficiente para avançar, palavra a palavra, frase a frase, por vezes com humor, outras com lágrimas”.
“Só agora, aos trinta e três, me estou a aperceber de que tudo o que sinto e quero é legítimo desde que não interfira com a liberdade dos outros. Não tenho de estar espartilhada por aquilo que acho que os meus pais querem que eu seja por lhes ser mais confortável ou por aquilo que eu sinto que deveria ser por talvez ser capaz de o fazer. Quero cuspir-me, só. Ver onde é que isto vai dar”, escreve.
Dia 5 de setembro, Joana Gama estará na Feira do Livro de Lisboa com o seu livro, editado pela Arena Editora, pelas 16:30, no pavilhão da Penguin Random House.
História
"Salazar e Caetano - O Tempo em que Ambos Acreditavam Chefiar o Governo - Livro 2", de José António Saraiva
O nome do autor é-lhe familiar? O jornalista e escritor José António Saraiva é filho do ensaísta, historiador e crítico literário António José Saraiva e sobrinho do também historiador José Hermano Saraiva.
Depois do Livro 1, “Salazar - A Queda de uma Cadeira que Não Existia”, José António Saraiva escreve “Salazar e Caetano - O Tempo em que Ambos Acreditavam Chefiar o Governo”, em que durante 352 páginas traz a história do Estado Novo “como nunca foi contada”.
“Marcello Caetano instala o seu gabinete no edifício do Parlamento, ficando com vista para o palacete onde vive Salazar, já enfermo. Dá-se assim o facto extraordinário de o antigo e o novo chefe do Governo estarem instalados a oitenta metros um do outro, separados por um jardim! Marcello, da sua janela, pode ver Salazar sentado debaixo da pérgula onde gosta de estar; e este, quando contempla o edifício da Assembleia, pensando que ainda detém o poder, não sonha que ali à sua frente trabalha o verdadeiro presidente do Conselho. É uma situação nunca vista!”
O livro está editado pela Gradiva.
"Pedro Álvares Cabral e a Primeira Viagem Aos Quatro Cantos Do Mundo", de José Manuel Garcia
A editora Temas e Debates publica o novo livro do historiador José Manuel Garcia. Este ano, em que se marcam os 500 anos da morte de Pedro Álvares Cabral.
O navegador “ocupa um lugar proeminente na História Universal (…). O facto de ter sido o descobridor do Brasil assegura-lhe o justo protagonismo que tem, mas o significado da sua figura é muito mais importante na medida em que foi o primeiro homem a ter ido aos quatro cantos do mundo”, pode ler-se no livro.
Saído da Europa, conseguiu unir por via marítima os quatro continentes, tendo passado por África, América e Ásia. Pedro Álvares Cabral tornou-se, tal como Fernão de Magalhães, “um dos maiores símbolos do início da mundialização, a qual está na origem remota da atual globalização”.
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