O novo despacho revoga um anterior da DGPC, de 04 de agosto, que limitava as entradas gratuitas à entidade à qual o grupo de amigos pertencia, ou seja, um associado só tinha isenção na instituição à qual estava ligado e não na Rede Portuguesa de Museus.
A alteração deve-se “às razões e aos argumentos evocados pelos Amigos dos Museus”, numa carta enviada, no passado dia 06 de setembro, ao ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, assinada por vários grupos de Amigos dos Museus, e também pelos presidentes da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e da comissão portuguesa do Conselho Internacional de Museus (ICOM).
“É entendimento da DGPC que as Associações dos Amigos dos Museus desempenham um papel de inquestionável relevância no que se refere à divulgação e à promoção da atividade museológica nacional”, lê-se no comunicado da DGPC enviado à agência Lusa.
Na carta de setembro, os Grupos de Amigos signatários lembravam que estes tinham prestado “grandes serviços aos museus e à sociedade”, que importava reter.
Lembravam igualmente que os valores de ingresso nos museus, dependentes da DGPC, resultavam de um despacho conjunto da Cultura e das Finanças, emitido em maio de 2014, no qual se encontra expressa a isenção de pagamento por parte de Membros de Associações Culturais, “condicionada apenas à apresentação de comprovação documental”, não detendo a diretora-geral do Património Cultural “competências em questões de isenções genéricas relativas à bilhética”.
Na missiva ao ministro da Cultura, os Grupos de Amigos também recordaram a sua contribuição para o enriquecimento das coleções, das atividades e na divulgação e, mais recentemente, na “própria sustentabilidade operativa das instituições, em assunção de compromissos onerosos”.
“Tudo dão e nada pedem em troca”, lia-se na carta enviada a Luís Filipe Castro Mendes, “salvo o sentido de pertença que resulta da acessibilidade mútua às casas comuns”. Referiam o “exemplo mobilizador” dos mais antigos grupos e a constituição de recentes grupos, constituindo “uma rede eficaz e sustentável, que tem por única missão o serviço das instituições a que se devotam”.
Reivindicaram os diferentes Grupos de Amigos serem um movimento único do qual resulta “a essencial noção e a imprescindível pedagogia de ser o património, na essência um só, a exigir a mobilização da sociedade civil no seu conjunto”.
Lembrando que o impacto da medida preconizada pela DGPC no aumento das receitas de bilheteira era “inexpressivo”, realçaram o papel essencial destes grupos, em prol “do aumento da perceção social do valor dos bens culturais”.
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