“A resposta do ecossistema está a ficar para trás face ao ritmo da alteração do clima. Os dados mostram-nos que as secas que atingiram a bacia amazónica nas últimas décadas tiveram consequências graves para a composição da floresta, com mais mortalidade nas espécies de árvores mais vulneráveis à seca, mas sem crescimento das espécies mais bem equipadas para sobreviver a condições mais secas”, afirmou a principal autora do estudo, Adriane Esquivel Muelbert.
A equipa de mais de cem cientistas de 30 instituições, liderada pela universidade inglesa de Leeds, analisou milhares de espécies da Amazónia, com registos prolongados de mais de cem parcelas de terra desde a década de 1980 e verificou que os efeitos das alterações climáticas – secas mais severas, temperaturas mais altas e níveis crescentes de dióxido de carbono na atmosfera – afetaram os ciclos de vida e crescimento das árvores.
As árvores mais altas, que têm mais dióxido de carbono, conseguem crescer mais depressa, o que prova que os níveis de concentração de dióxido de carbono têm “impacto direto na composição e na dinâmica da floresta”.
O investigador Kyle Dexter, da Universidade de Edimburgo, afirmou que o estudo evidencia a necessidade de medidas para “proteger a floresta que ainda está intacta”.
“O desflorestamento ao serviço da agricultura e da pecuária aumenta reconhecidamente as secas que agravam os efeitos que estão a ser provocados pelas alterações climáticas a nível global”, acrescentou.
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