"Nos últimos anos, convertemos uma parte da receita do festival em reflorestação com medronheiros de algumas zonas do concelho. Este ano, queremos que as pessoas possam por mãos à obra em segurança e ajudar a comunidade local na limpeza de linhas de água", disse à agência Lusa Jorge Custódio, da organização do Seaside Sunset Sessions, festival que decorre entre 17 e 25 de agosto.
O vice-presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra assinalou a componente ambiental "muito forte" do festival e lembrou que ribeiros e outras linhas de água daquele município do interior do distrito de Coimbra foram afetados pela deposição de materiais decorrentes dos incêndios de 2017, como restos de pinheiros "que arderam e entretanto apodreceram".
O festival, que é dinamizado pela autarquia local com o patrocínio da Seaside - a marca de calçado nacional, cujo dono, o empresário Acácio Teixeira, é oriundo daquele município - propõe um programa de nove dias de música, desportos aquáticos, jogos tradicionais, aulas de grupo e outras atividades, na praia fluvial da Pampilhosa da Serra, em plena vila, junto ao rio Unhais, uma das três praias do concelho distinguidas com a Bandeira Azul.
A 23 e 24 de agosto, os dois dias principais do Seaside Sunset Sessions, o programa inclui um cartaz de dj nacionais e internacionais, com dois "nomes de topo" do panorama da música eletrónica mundial, ainda não divulgados.
O restante cartaz inclui o projeto "I Love Baile Funk", o duo de dj e produtores nacionais Karetos, e os dj Kamala, Hugo Tabaco e Oskar DJ, este residente no festival desde a primeira edição e que assinala a "surpresa" de muitos festivaleiros que demandam à Pampilhosa da Serra pela primeira vez.
"Todos os anos vejo caras de espanto, de gente que chega ali, àquele sitio no meio da serra, vê uma pista de dança montada no meio do rio e diz ‘quem me dera ter isto na minha cidade'", disse à Lusa Óscar Teixeira.
Refere uma "conjugação muito agradável entre o dia e a noite", num espaço "muito agradável, com uma paisagem tão ‘clean' [limpa]" e atividades praticamente contínuas "das três da tarde às cinco ou seis da manhã".
A componente ambiental ficou ainda mais marcada "por um grande pormenor" no ano passado, quando o festival da Pampilhosa da Serra apostou na utilização de copos recicláveis e personalizados para o evento, adiantou.
"E a pista ser em cima da água e o ambiente ecológico em redor marcam muito a diferença", sustenta Óscar Teixeira, que habitualmente atua ao longo dos nove dias "durante o dia", por vezes com dj por si convidados, e que abre a primeira das duas noites principais e encerra o festival.
"Sinto-me parte desta família, vi crescer o festival desde as primeiras ideias e vê-se o feedback positivo das pessoas ano após ano", observa.
O vice-presidente da Câmara, Jorge Custódio, argumenta, a esse propósito, que a Pampilhosa da Serra "pode não ter castelos ou mosteiros" como atrações turísticas, "mas tem a Natureza no seu estado mais puro".
"E o festival quer claramente cativar os mais jovens para o interior do país e dizer-lhes que também conseguem encontrar aqui, neste interior que cada vez está mais na moda, uma referência em termos de festivais", argumentou.
Para além de um parque de campismo gratuito, junto ao rio, disponível a todos os que se desloquem à Pampilhosa da Serra durante o festival, a organização pretende limitar a venda de bilhetes, depois de em 2018 cerca de 18 mil pessoas terem passado pelo evento ao longo de nove dias.
"Não queremos um festival de massas que atraia o máximo de pessoas possível. Queremos que quem nos visita tenha realmente uma experiência extraordinária, sem multidões, num ambiente descontraído e em contacto com a Natureza", frisou Jorge Custódio.
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