Dez espécies de sapos sobreviveram à extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos, após a queda de um asteroide que eliminou 75% da vida na Terra, de acordo com um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Entre as sobreviventes, no entanto, apenas três grandes espécies de sapos conseguiram povoar o planeta, sendo que atualmente existem 6.700 variedades. Hoje, cerca de nove em cada 10 sapos contemporâneos (88%) são descendentes destas linhagens.
"Os sapos existem há mais de 200 milhões de anos, mas este estudo demonstra que não foi até a extinção dos dinossauros que tivemos esta explosão de variedades que resultaram na maioria dos sapos que hoje conhecemos", explica David Blackburn, coautor do estudo e coordenador adjunto do Departamento de anfíbios e répteis do Museu de História Natural da Flórida.
"Estas descobertas são totalmente inesperadas", ressalva. Porque até agora, os cientistas acreditavam que as diferentes espécies de sapos tinham aparecido progressivamente no final do Cretáceo, isto é, entre 66 milhões e 150 milhões de anos.
Mas este último estudo mostra que o aparecimento de sapos ocorreu como uma "explosão": os pequenos anfíbios aproveitaram o desaparecimento de outras criaturas para se instalarem nos habitats que estas deixaram.
Cientistas da China e dos Estados Unidos criaram para esta investigação a maior base de dados que existe sobre sapos. Para isso, colheram amostra genéticas de 156 espécies e acrescentaram informações já existentes sobre outras 145.
Este estudo analisou cerca de 95 genes — os anteriores só examinaram entre cinco e 12 — e os investigadores também aprofundaram o conhecimento em fósseis para saber especificamente quando é que as novas espécies se formaram originalmente.
Descobriram que "não houve uma, mas sim três explosões de novas espécies de sapos em distintos continentes, todas concentradas após o desaparecimento maciço da maioria dos dinossauros e de muitas outras espécies há cerca de 66 milhões de anos".
Duas das três linhagens que sobreviveram, os 'Microhylidae' e 'Natatanura', são provenientes da África. A terceira, 'Hyloidea', estende-se pela América Latina.
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