De acordo com um comunicado da Universidade de Aveiro (UA), o estudo mostra que, mais do que uma moda, esta prática pode ser uma adjuvante à terapia não farmacológica de várias doenças crónicas.
“Com este estudo, verificámos que os doentes que praticam pilates melhoram significativamente a sua qualidade de vida”, explica Sara Souto Miranda, citada no comunicado.
A investigadora do Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória (Lab3R) da ESSUA, que juntamente com Alda Marques assina o trabalho, aponta que os doentes que praticam pilates “saem fortemente beneficiados, no que diz respeito à força muscular, à tolerância ao esforço físico e aos próprios sintomas das doenças”.
Resultado de uma revisão de vários artigos científicos sobre os benefícios para a saúde da prática de pilates, o trabalho das investigadoras conclui que, entre as várias doenças crónicas não transmissíveis, é nas cardiovasculares, respiratórias, cancro e diabetes que os efeitos terapêuticos desta prática mais se fazem notar.
Os artigos compilados e estudados pelas investigadoras reportam a prática de pilates por 491 pessoas com um historial de doenças crónicas (cancro da mama, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, fibrose quística, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial), durante oito a 12 semanas, uma a três vezes por semana.
“As maiores melhorias foram reportadas para doentes com patologia cardiovascular crónica, diabetes e cancro da mama”, refere Sara Souto Miranda, reconhecendo, contudo, que esses resultados podem estar relacionados com a escassez de estudos nas restantes doenças.
As investigadoras não têm dúvidas de que o pilates parece ser uma boa intervenção a adotar como estratégia adjuvante, devendo ser praticado em conjunto com outras intervenções que já se demonstraram eficazes, como a reabilitação respiratória, cardíaca ou neurológica.
“É uma intervenção promissora para manter as pessoas ativas, mas que tem ainda poucos estudos em algumas doenças, tais como as respiratórias ou cardiovasculares, pelo que será necessário ainda maior investimento de investigação nesta área”, explica Sara Souto Miranda.
Comentários