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Quem chega primeiro ao Espaço?
Era a pergunta que se colocava quando, na década de 50, em plena Guerra Fria, EUA e URSS “lutavam” entre si, não pela hegemonia apenas terrestre mas também pela espacial, tentando ser a primeira nação a colocar um homem além da atmosfera do nosso planeta. Os soviéticos levavam uma ligeira vantagem sobre os americanos, que apenas na segunda metade da década começaram a investir mais dinheiro numa tal de NASA e num projeto que queria levar sete homens onde nunca ninguém tinha ido: o Projeto Mercury.
É neste contexto que se inicia a série “The Right Stuff”, que estreou esta semana no Disney+. Nela começamos, logo nos primeiros minutos, a acompanhar o processo de escolha dos melhores pilotos para a missão, que, na grande maioria, eram homens do Exército com a vasta experiência que a sua carreira militar lhes tinha dado. De uma lista de mais de 100 nomes, foram selecionados 32 que, após uma série de testes e questionários, se transformarão nos 7 que levarão avante o projeto.
“Ó meu Deus, já chega de séries no Espaço!” não é de todo uma reação que se aplique a este caso. Mais do que acompanhar os avanços científicos que estão a ser desenvolvidos para que um foguete ou nave espacial regressem inteiros da viagem, a história centra-se na vida pessoal de cada um dos sete astronautas que vêem a sua vida dar mais voltas do que aquelas às quais estavam habituados dentro de um cockpit.
Como o secretismo não pagava as contas da missão, a NASA decidiu tornar os seus astronautas autênticas pop stars, esperando que uma legião de fãs que olhava para eles com orgulho e expectativa significasse mais apoio do Governo norte-americano, que não quereria indignar os seus eleitores. A estratégia foi bem sucedida e os astronautas passaram a ser perseguidos por jornalistas e a ver a sua vida escrutinada no dia-a-dia, o que não era ideal para alguns, que tinham problemas “em casa” que não queriam que fossem do conhecimento público.
Se arriscar a vida para chegar ao Espaço já era uma tarefa difícil o suficiente, imaginem fazê-lo a lidar com pressões familiares, enquanto se está numa espécie de concurso de popularidade com os colegas que vos devem ajudar.
- Um remake: “The Right Stuff” é um livro de 1979 da autoria de Tom Wolfe que em 1983 foi adaptado para o grande ecrã pela mão do realizador Philip Kaufman. Com o título português “Os Eleitos”, o filme foi amplamente elogiado pelos críticos e recebeu a nomeação para diversos Óscares, incluindo o de Melhor Filme. Contudo foi um flop de bilheteira tendo inclusive levado à falência da produtora que o desenvolveu.
- Caras conhecidas: és fã de, "Suits" ? Vais gostar de ver o ator Patrick J. Adams, que interpretou a personagem Mike Ross, agora no papel do astronauta John Glenn.
Séries para entender a América
As eleições mais importantes do outro lado do Atlântico estão mesmo aí à porta e, no meio de debates caóticos, tweets sem sentido e alguns suspiros sobre aquilo em que os EUA se tornaram, nada como olhar para conteúdos que nos ajudam a perceber como funciona a política americana.
“Resumindo: O Poder do Voto” é uma série documental que acompanha, em três episódios, três dinâmicas que podem ajudar a determinar o homem ou mulher que se senta na Sala Oval da Casa Branca: quem vota e quem ainda luta pelo direito a poder votar; quem pode influenciar o resultado final de uma eleição “comprando-a”; e a forma como os votos são contabilizados e distribuídos entre Republicanos e Democratas.
No primeiro episódio, poderás ver que, apesar de ser um país dito democrático, ainda existe um debate nos EUA sobre se o voto deve ser um direito ou um privilégio, na medida em que muitos cidadãos, por diversos motivos, ainda são impedidos de poder votar nos seus representantes. No segundo episódio, descobres como funcionam os financiamentos das campanhas eleitorais e de como organizações aparentemente não-lucrativas apoiadas por grandes grupos políticos e empresariais podem apoiar os partidos que acomodam os seus objetivos com maior facilidade. No terceiro episódio, aprendes como se contam os votos nos Estados Unidos (um método bastante diferente do português) e como quer Republicanos, quer Democratas podem usar estratégias de delimitação de território para terem mais probabilidades de saírem vencedores.
- Aquilo de que mais gostei: Além da componente visual dos episódios que tornam interessante a informação numérica “aborrecida”, os episódios não se limitam a enumerar os problemas do processo eleitoral e dão soluções de como podiam ser resolvidos.
- DiCaprio ao leme: a série é produzida pela Vox em parceria com a Appian Way, produtora do ator americano, que aproveitou e narrou o primeiro episódio. Os outros dois são narrados pelos artistas Selena Gomez e John Legend. A série também conta com a participação especial de Arnold Schwarzenegger como entrevistado, que além de lendário ator também foi Governador da Califórnia.
Mais do que um simples bloqueio criativo
Corria o ano de 2007. Não havia plataformas de streaming nem séries novas a chegar até nós numa base semanal que criaram um excesso de escolha que levou precisamente à criação desta newsletter. Eram dias mais simples, que não deixaram ter séries que ficarão para história, nomeadamente para os millennials. Falo claro de “Californication”, que passou a estar disponível na HBO Portugal.
A série, que estreou há 13 anos, acompanha a história de Hank Moody (David Duchovny aka Fox Mulder em “X-Files”), um escritor nova-iorquino, que depois de se mudar da Big Apple para as praias da Califórnia com a sua mulher Karen e a sua filha Becky, sofre um bloqueio criativo. Para ultrapassar a dificuldade de pôr uma sequência de palavras com sentido num documento Word, Hank começou a recorrer cada vez mais a álcool e drogas, decisão que, aliada ao facto de ser um mulherengo nato, levou ao desmoronamento da sua família.
Então, a história começa com Hank separado da mulher, com uma filha rebelde que sofre com o afastamento dos pais, e com um bloqueio ainda por resolver, que lhe dificulta o salto para um próximo projeto e a criação de uma escapatória para todas as tentações que Los Angeles tem para oferecer. Porém, não está triste, só e abandonado. O seu melhor amigo é o seu agente Charlie Runkle, que apesar de não ser assim tão diferente de Hank, faz um esforço heróico para o colocar num bom caminho e para garantir que este ainda vá tendo alguns “biscates” e editoras interessadas em si.
A inspiração para o próximo livro de Moody vai surgir quando ele menos espera e num contexto que podemos considerar não ser o mais correto do ponto de vista moral. Para descobrires qual foi a situação e se o novo livro finalmente resolve os problemas da sua vida, já sabes o que fazer.
- “O genérico deve ser este”: faria todo o sentido que a chamada “música de introdução” fosse o famoso hit dos Red Hot Chili Peppers. Mas não é, e a utilização deste nome pela série levou até a uma batalha legal entre a Showtime - canal que lançou a série nos EUA - e a banda, que considerava merecer uma compensação pela utilização de uma expressão que dizia ser sua e que tinha utilizado não só para a música como para o seu álbum de 1999.
- Depois das sete: é o número de temporadas que a série acabou por ter, mas, em 2018, David Duchovny revelou que estava disponível para regressar à personagem e continuar com a história. Com tanto streaming e numa semana em que foi anunciado que “Dexter” teria mais uma temporada, não me admirava que “Californication” tivesse um destino parecido.
Planos para o mau tempo
Para celebrarmos a edição número 50 da nossa newsletter, lançámos um passatempo que vai decorrer durante todo o mês de outubro no qual te podes habilitar a GANHAR 1 ANO DE NETFLIX (com dois cartões de oferta de 50 euros)!
Com a chegada do mau tempo nada melhor que um bom plano de filmes e séries para ver no sofá.
Para participares, basta ires a este link e fazeres três coisas:
- Subscrever a newsletter (para muitos o primeiro passo está feito)
- Seguir o Instagram do Acho Que Vais Gostar Disto
- Responder à pergunta "Se só pudesses ver uma série o resto da tua vida, qual seria e porquê?"
Quem sabe se, no próximo ano, até não és tu a fazer-nos as recomendações!
Nota: a Netflix não patrocina o passatempo, nem tem qualquer tipo de afiliação à newsletter.
Créditos Finais
- Na vida selvagem: depois de 49 mil candidaturas já foi anunciada a fotografia vencedora do Wild Photographer of The Year. Descobre quem foi aqui.
- “Highway” para mais um álbum: Já com Brian Johnson de regresso, os AC/DC começaram a preparar o lançamento do seu 17° álbum (que sai em novembro) com o primeiro single “Shot In The Dark”.
- Quem quer apanhar sustos? Para os fãs de terror, a Variety preparou uma lista dos melhores filmes dos últimos 100 anos. Descobre quais são e faz uma checklist com os que te faltam ver.
Tens recomendações de coisas que eu podia gostar? Ou uma review de um dos conteúdos que falei?
Envia para miguel.magalhaes@madremedia.pt
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