A Regata de Portugal, prova integrada no circuito mundial de Match Racing (World Match Racing Tour – WMRT) realiza-se entre 3 e 7 de outubro em frente ao Terminal de Cruzeiros de Lisboa.
Esta é a primeira vez que a capital portuguesa recebe esta prova internacional que traz a Lisboa 12 equipas profissionais, dez delas integradas no circuito mundial e duas (wild cards) compostas por velejadores portugueses, tendo uma delas tripulação totalmente nacional, liderada por Bernardo Freitas, velejador olímpico que recentemente participou na Volvo Ocean Race integrando a equipa Turn the Tide on Plastic e que terá ao seu lado “Frederico Melo (que integrou a mesma equipa de Bernardo na VOR), Gil Conde e João Matos Rosa”, enumerou Freitas, que é igualmente embaixador da primeira edição da Regata de Portugal.
“Este é um dia importante em que estamos a dar os primeiros passos para construir um projeto para tornar a vela popular”, afirmou Francisco Mello e Castro, responsável pela organização da Regata de Portugal durante a apresentação do evento que decorreu no terraço do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.
Pegando no exemplo do que aconteceu com o surf nos últimos anos em Portugal, Francisco Mello e Castro acredita que a disciplina de match racing pode ser uma porta de entrada para o crescimento e democratização da vela. Pela espetacularidade que os catamarãs proporcionam e pela proximidade do público em relação ao local de ação.
“É uma disciplina em que dois barcos lutam um contra o outro (em percursos curtos de cerca de dez minutos) e quem chegar à frente ganha a regata”, começa por explicar Bernardo Freitas, velejador que tem no curriculum um oitavo lugar nos Jogos Olímpicos de Londres (2012) e conquistou o terceiro lugar na Taça América juvenil (Red Bull Youth America's Cup), em 2013. “Embora existam regras que têm de ser cumpridas e que visam evitar as colisões, os barcos podem chegar a estar a cinco centímetros um do outro e podem colidir. Vai haver sangue nas águas do rio Tejo”, sorri.
Num “país virado para o mar” e no qual a cidade de Lisboa “não foge à regra”, Bernardo Freitas elogia o facto de as regatas se realizarem aos pés da cidade, à beira-rio. “As provas vão realizar-se muito perto do terminal de cruzeiros [de Lisboa]. Os espectadores vão estar praticamente a ouvir os velejadores a falar”, sublinha, esperando que a primeira edição da Regata de Portugal ajude a “relançar” uma disciplina que tem estado “um bocadinho apagada” em Portugal. “Com a proximidade do público podemos ouvir os berros dos velejadores o que é um adicional”, reforça Mello e Castro.
A portugalidade na música, na arte e no peixe português. Com uma exceção: o bacalhau
Se a “vela é a cereja em cima do topo” de um evento integrado nas comemorações oficiais do 5 de Outubro (contando com o Alto Patrocínio da Presidência da República e com a presença do Navio Escola Sagres atracado no local) e que tem no mar o epicentro de uma “grande celebração”, nas palavras de Francisco Mello e Castro, a portugalidade estará expressa em outros três eixos: gastronomia, música e arte, cada qual com o seu embaixador, o chef Vítor Sobral, Deejay Kamala e o artista urbano, Gonçalo Mar, talentos nacionais que levam o país além-fronteiras. “É um festival de Portugal e do mar”, reforçou.
A única exceção ao conceito de portugalidade que é permitida estará num prato bem conhecido dos portugueses: O bacalhau, que embora não seja um peixe português, “a cura é portuguesa”, ressalvou Vítor Sobral, responsável pela zona de restauração que irá recriar uma aldeia de pescadores.
Num projeto que “está garantido até 2021”, conforme vincou Francisco Mello e Castro, na primeira edição da Regata de Portugal que terá entrada gratuita a organização espera receber “50 mil visitantes” ao longo dos cinco dias, número que corresponde à capacidade do recinto.
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