Uma agência de investigação militar indiana, a DRDO, destruiu esta quarta-feira um satélite do país com um míssil lançado a partir de uma ilha próxima ao estado de Odisha (leste). A Índia tornou-se assim a quarta nação do mundo a conquistar esta proeza tecnológica, depois de Estados Unidos, China e Rússia.
A operação, batizada de "Mission Shakti" ("força" em hindi), durou três minutos.
"Os nossos cientistas destruiram um satélite de órbita baixa a uma distância de 300 quilómetros", declarou Modi no seu primeiro discurso exibido na televisão desde 2016, a apenas duas semanas das eleições legislativas no país do sul da Ásia.
"O nosso objetivo é estabelecer a paz e não criar uma atmosfera de guerra. Isto não está direcionado contra nenhum país", completou Modi no discurso, que não havia sido anunciado com antecedência.
"É um momento de orgulho para a Índia", declarou, antes de destacar que o país de 1,25 mil milhões de habitantes une-se às "superpotências do espaço".
Antes da Índia, a China havia sido o último país a executar uma operação do tipo, em 2007.
A destruição de satélites com míssil tem o inconveniente de projetar milhares de fragmentos em grande velocidade na órbita terrestre, o que representa um perigo para outros objetos espaciais, apontam os especialistas.
"O exercício aconteceu numa atmosfera baixa para assegurar que não houvesse detritos espaciais. Quaisquer que sejam os resíduos gerados, desintegrar-se-ão e devem cair na Terra em algumas semanas", afirmou o ministério das Relações Exteriores.
A militarização do espaço é um tema que preocupa muitos analistas, num mundo no qual os satélites são vitais para as telecomunicações, ajudam a monitorar a meteorologia ou têm a finalidade de fornecer informação militar.
"A Índia não tem nenhuma intenção de entrar na corrida de armamento espacial", afirmou o governo. "Sempre declarámos que o espaço deve ser utilizado apenas com fins pacíficos".
O anúncio do governo indiano acontece no momento em que Modi aspira obter um segundo mandato de cinco anos nas eleições que começarão em 11 de abril, para as quais 900 milhões de eleitores vão ser chamado às urnas. Os resultados serão anunciados a 23 de maio.
Muitos políticos indianos celebraram o avanço tecnológico e felicitaram as agências governamentais, mas os rivais de Modi acusaram o político de ter utilizado o momento como propaganda eleitoral antes das eleições.
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