“Nos últimos meses, o Governo dos Estados Unidos tem estado a aproveitar a sua influência política e diplomática para pressionar outros governos para que proíbam os equipamentos da Huawei”, refere a empresa citada pela agência de notícias financeiras Bloomberg.
Neste contexto, a companhia acusa Washington de lançar ciberataques para “infiltrar-se na intranet da Huawei e nos sistemas de informações internos da empresa”.
Alega ainda que os Estados Unidos têm dado indicações para que “a polícia ameace, coaja e incite os antigos e atuais trabalhadores da Huawei a voltarem-se contra a empresa, a trabalhar pare eles”, bem como “a prender ilegalmente os trabalhadores e sócios da Huawei”.
A Huawei vai mais longe ao acusar Washington de “utilizar todas as ferramentas à sua disposição”, não só as administrativas como as judiciais, e a usar “outros meios sem escrúpulos”.
Contactado pela Bloomberg, o Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos não respondeu, por enquanto, à acusação feita pela Huawei no seu comunicado.
Os Estados Unidos e o gigante tecnológico Huawei estão envolvidos numa guerra global por causa da cibersegurança e das infraestruturas a nível mundial.
Washington tem tentado exercer a sua influência junto dos aliados para banir a Huawei devido a preocupações de que o Governo chinês possa obrigar a empresa a fornecer o acesso aos dados que processa para espionagem, embora a a Huawei tenha negado esta possibilidade.
A Huawei, em 23 de agosto, alertou para o “sinal muito perigoso” que a administração norte-americana estaria a dar ao mercado tecnológico, ao querer banir a empresa dos Estados Unidos, afirmando temer uma “onda de irracionalidade” após estas decisões.
O representante da Huawei nas instituições europeias, Abraham Liu, disse então em Bruxelas que os Estados Unidos tinham anunciado as restrições à fabricante chinesa, porque queriam “manter o predomínio da indústria da tecnologia de ponta”.
“Mas, se o mercado global continuar a permitir que os Estados Unidos façam o que querem, está a ser enviado um sinal muito perigoso” a nível internacional”, salientou o responsável.
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