Norte-americano de ascendência senegalesa, Aliaume Damala Badara Akon Thiam, mais conhecido como Akon, é cantor de R&B e hip pop, rapper, compositor e produtor musical.
Com Samba Bathily, fundou em 2014, o programa “Akon Ilumina África”, que visa fornecer energia, através da instalação de míni-redes solares, às populações.
Considerado um dos 100 mais influentes empresários africanos, natural do Mali, Samba Bathily é presidente do Conselho de Administração da empresa Africa Development Solutions, que emprega mais de 700 trabalhadores e realiza um volume de negócios anual de mais de 178 milhões de dólares (cerca de 167,5 milhões de euros, ao câmbio atual).
A empresa, que atua nos setores das telecomunicações, energias renováveis, novas tecnologias, indústria alimentar, transporte e educação, conta com 17 sucursais em países como Senegal, Mali, Burkina Faso, Serra Leoa, Guiné-Conacri, Benim, Nigéria, República Democrática do Congo, Congo, Gabão, África do Sul, Namíbia, Quénia e Marrocos.
Akon e Samba Bathily estão em Cabo Verde a convite da empresa cabo-verdiana IHABA, que se dedicada à incubação de ideias, tendo já identificado as ‘startups’ (empresas em início de atividade) Bonako (jogos, vídeo e aplicações) e 238CV (plataforma de promoção turística de Cabo Verde) como “investimentos de interesse”.
Em conferência de imprensa hoje, na cidade da Praia, Akon explicou que a visita de 24 horas a Cabo Verde servirá para identificar oportunidades de investimento e “solidificar” o lançamento do projeto de energia solar no país.
“Cabo Verde é um país amistoso, livre de ameaças e de conflitos. A sua beleza é comparável a qualquer ilha, das Maldivas às Bahamas ou ao Havai. É um bom ponto de partida para construir algo”, disse o músico.
A aposta prioritária é o investimento nas energias renováveis, através da construção de míni-redes solares.
“É o início da solução para África porque a energia tem sido o grande problema. Temos que perceber quais são as necessidades das populações e encontrar uma forma de concretizar estas soluções com o envolvimento das pessoas”, disse.
O mentor do “Akon Ilumina África” adiantou que a implantação do projeto em Cabo Verde será feita num modelo de parceria público-privada e que já decorrem conversações com o Governo cabo-verdiano.
“As conversações já começaram e o projeto está quase numa fase de arranque. Esta viagem solidificará o lançamento e promoverá conservações que deverão levar à assinatura de um memorando para podermos avançar”, disse.
Explicou ainda que a visita servirá para identificar um local adequado para a instalação da primeira míni-rede solar, adiantando que o objetivo é instalar 15 mil em toda a região da África Ocidental.
O programa já está a ser implementado em 480 localidades de 15 países do continente africano tendo já fornecido, 100 mil candeeiros de rua, 1.200 mini-redes solares e 102.000 ‘kits’ individuais de energia solar.
Por seu lado, Samba Bathily sublinhou o interesse da parceria no investimento em novas tecnologias, nomeadamente na criação de aplicações informáticas, considerando que Cabo Verde “tem bons talentos” nesta área.
“Queremos explorar qualquer tipo de investimento que tenha um bom retorno, nomeadamente nas áreas das tecnologias, porque estamos interessados em projetos que mudem o continente através da inovação”, adiantou.
O empresário destacou as potencialidades de África nesta área, por ser um continente com uma população extremamente jovem e que se interessa pelas novas tecnologias.
“Temos que ter amanhã algum Zuckerberg [fundadores do Facebook]. É algo em que temos que nos focar, porque perdemos as revoluções agrícola e industrial, não devemos perder a revolução digital”, disse Samba Bathily.
Durante a visita, terão um encontro com o ministro da Economia de Cabo Verde, José Gonçalves.
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