Na quinta-feira, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) afirmou que as regras do leilão de quinta geração (5G), "além de serem adequadas" e "proporcionais", visam também "superar ou mitigar algumas das desvantagens" que os novos entrantes estão sujeitos.
Mas as operadoras Altice Portugal, NOS e Vodafone Portugal discordam, considerando que as regras são discriminatórias e avançaram com vários processos judiciais, providências cautelares e queixas a Bruxelas.
E com polémica em torno de uma tecnologia que promete revolucionar a vida de todos - dos cidadãos às empresas -, também vieram os anúncios de desinvestimento.
Em entrevista à Lusa na semana passada, o presidente executivo da NOS, Miguel Almeida, afirmou que "é evidente" que vai participar no leilão do 5G, mas também garantiu que vai "reduzir o investimento" e a estrutura de custos.
Também o presidente executivo do grupo Vodafone avançou, na semana passada, que, se os governos pretendem uma "comunidade de investidores saudável", então tem de haver "equilíbrio" e admitiu que iria rever os investimentos no mercado português, no âmbito do leilão 5G.
Igual posição teve a Altice Portugal, que anunciou a suspensão dos investimentos em curso, ideia que foi reforçada pelos acionistas do grupo Altice Patrick Drahi (presidente) e Armando Pereira, que numa carta ao primeiro-ministro, António Costa, criticaram as regras do leilão do 5G, informando que, perante o atual panorama regulatório, veem-se forçados a suspender projetos.
Pelo meio, a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) manifestou "enorme preocupação" com a controvérsia em torno do 5G, afirmando que parece "imperativo alterar as regras" do leilão "no sentido de as tornar mais equilibradas e equitativas" para os interessados.
A mesma preocupação foi manifestada pela COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação e o pólo das tecnologias de informação, comunicação e eletrónica TICE.PT defendeu que a conflitualidade e litigância em torno do leilão do 5G deveria "merecer atenção particular do parlamento, de quem se espera uma atuação firme".
O Ministério das Infraestruturas mantém-se em silêncio até final da fase de qualificação do leilão.
A Nowo, detida pelo grupo espanhol Másmóvil, é outra das candidatas ao leilão de atribuição das licenças de quinta geração.
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