Alberto Souto de Miranda falava aos jornalistas no fim da inauguração das novas máquinas de tratamento de correio dos CTT em Cabo Ruivo, em Lisboa.
"Acho que é realista termos duas cidades cobertas com 5G, é uma questão de implantação da rede no terreno", afirmou o governante, quando questionado sobre a quinta geração móvel.
No entanto, "isso acrescenta pouco", embora seja "um marco", porque ao "fazermos isso estamos a cumprir o calendário europeu de termos uma cidade, pelo menos, coberta com 5G", prosseguiu.
"O mais importante é saber o que é que acontece nessa cidade de diferente a partir do momento em que tem a rede 5G, esse é que é o desafio, não apenas das cidades, mas das empresas", salientou.
O governante referia-se às potencialidades da tecnologia em várias áreas, desde a condução autónoma, às consultas médicas a partir de casa, à gestão das próprias cidades.
"Essa criatividade, essa inovação é absolutamente fundamental para que o 5G seja diferente. Porque se não vamos ter um telemóvel mais caro, para o 'gaming' [jogos] é importante, mas não introduz grande mudança na nossa qualidade de vida", acrescentou.
Alberto Souto de Miranda sublinhou que o 5G não é uma tecnologia "'one shot'", que no dia em que a rede chega e é instalada passa a funcionar na sua plenitude.
Numa primeira fase, o 5G será um 4G melhorado, com mais velocidade apenas, depois nas fases seguintes é que revelará a sua faceta mais diferenciadora, com a baixa latência - essencial para os veículos autónomos ou cirurgias à distância, por exemplo - e conectividade múltipla.
"Quando essas duas vertentes técnicas estiveram no terreno vamos notar a diferença", considerou, salientando que o que é preciso é que "se desenvolvam aplicações adaptadas às necessidades das empresas".
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