• As marcas de 90 dias de governo

    O ministro Augusto Santos Silva anunciou-nos que o Governo está empenhado em ganhar um novo mandato em 2019, coisa que, na verdade, não precisava de ter feito, porque se há coisa que fica clara deste Orçamento do Estado para 2016 e dos três meses de governação é isso mesmo. Se não há primeiro-minist
  • European Union made in England

    David Cameron conseguiu o acordo que queria, e que precisava de ter, com os outros líderes europeus para defender a continuação do Reino Unido na União Europeia. Graças a mais uma mão-cheia de exceções, particularmente o estatuto especial do país na zona euro e a defesa de mecanismos de supervisão b
  • O Orçamento de Estado é uma alheira

    Não é um trocadilho fácil – apesar de a tentação ser grande. Mas não é esse o móbil. Na tarde de ontem, quinta-feira, a Assembleia da República discutiu não um, mas quatro diplomas que visam defender a alheira. Não qualquer alheira, mas a alheira de Trás-os-Montes, cujo consumo tem sido afectado des
  • Isso? Já tentámos e não resultou

    A nossa cultura de despesa, défice e dívida é tão sólida e está-nos tão entranhada que consideramos indigno que alguém nos diga para fazermos aquilo que, à partida, devia partir das nossas instituições, dos nossos governos, de uma generalizada vontade popular: não gastar mais do que se recebe.
  • O embuste da (falta de) soberania

    António Costa vai entrar na primeira semana do resto da sua vida política como primeiro-ministro, vai tentar convencer Bruxelas – e as agências de rating e os organismos nacionais – da bondade de uma estratégia económica e financeira que tem tudo para correr mal. E ao mesmo tempo recupera – ou deixa
  • Trinta e cinco minutos num comício de Donald Trump

    "Vire-se e diga à pessoa ao seu lado porque é que tenciona votar em Donald Trump", grita um dos homens da campanha do multimilionário republicano para incentivar uma centena de pessoas reunidas num hangar do aeroporto de Dubuque, Iowa. "É genial!", grita um. "É o nosso homem!", ouve-se mais ao longe
  • A propósito de eleições

    Sempre que há eleições, lembro-me de um episódio caricato que vivi há duas ou três vidas - e que me ajuda a relativizar a vida, as pessoas, a política. Ao ver a reportagem da SIC, com Marcelo Rebelo de Sousa, na passada segunda-feira, primeiro dia do candidato eleito, essa historieta voltou a sentar
  • Os outros donos disto tudo

    Houvesse um Ali Babá na história e o título desta crónica era outro. Mas não há. Os 30 deputados que pediram ao Tribunal Constitucional para verificar a constitucionalidade da redução das subvenções vitalícias optaram por fazê-lo pela calada. Entende-se porquê. O despudor é tão grande que até eles o
  • Quem fica na História?

    A semana foi tão marcada pela figura e pela obra de David Bowie que é difícil escapar-lhe. Já tudo foi dito, as canções recordadas, as múltiplas imagens do camaleão devidamente assinaladas. Há primeiras páginas de jornais notáveis, como a do francês Liberation e do britânico The Guardian; há textos
  • Um profundo desprezo pelos cidadãos

    Temos, provavelmente de forma exagerada, horror à chamada instabilidade política. E se das eleições não sai uma maioria absoluta? E se não é possível formar uma coligação estável? E se daqui a uns meses vamos novamente para eleições? E se a legislatura não se cumpre até ao fim?
  • Comédia ou reality-show?

    A Constituição da Republica Portuguesa não estabelece um patamar acima do qual (ou, mais rigorosamente, abaixo do qual…) a ideia de democracia ganha contornos de ridículo, absurdo, de estapafúrdio, de risível. Se o fizesse, tenho a certeza que os momentos que vivemos nestas semanas já estavam no top
  • Um ano novo, mesmo?

    O ano de 2016 não começou no dia 1 de Janeiro, na verdade, do ponto de vista político, económico e social, o ano começou em Outubro, mais precisamente no dia 4, quando as legislativas abriram um outro ciclo, alguns dizem que novo. Mas do que (já) sabemos, o que está para vir nos próximos doze meses
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