Agora, também todos sabemos qual é o balanço que se faz destas resoluções lá para meados de fevereiro. Isto, já sendo optimista. Primeiras semanas de janeiro, ginásios cheios como cheios estão ainda os corpos de bacalhau, doces e álcool. Mas a queda da motivação, e consequentemente da assiduidade, é mais abrupta que as ações da Primark quando se soube que tinha crianças a trabalhar nas suas fábricas. Ah, esqueçam, além de não estar na bolsa, também ninguém se importou muito com isso. É normal, aqueles pedaços de pano a metro parecidos com t-shirts são mesmo baratos e não é a pagar salários a adultos que se vai lucrar.
As aulas de espanhol começam por ser um investimento numa escola de línguas. Mas pensando melhor, se calhar com um app de clases de español no telemóvel e fazendo os exercícios todos os dias isto vai lá. É pá, na verdade não estou com vagar para trocar o scroll no Instagram por exercícios de como conjugar o verbo follar. Lá para abril vou a Madrid e trato disso.
Mudar de trabalho é bom para começar o ano. Novas perspetivas, novos desafios, mais vontades. Se bem que emocionalmente vai ser difícil largar as pessoas, as piadas do chefe também não são assim tãaaao ridículas e, além disso, a instabilidade de ficar agora sem emprego é dura. Mais vale ficar até julho e depois logo se vê.
Sexo anal, enfim. Também não sejam complicadinhos ou complicadinhas que isso com um bocadinho de lubrificante não custa nada. Não é grande resolução, essa.
Portanto, tirando algumas exceções, as tão afamadas “resoluções de ano novo” são meras fantasias pessoais, ou auto-bitaites, se preferirem, que nunca se cumprem. São ilusões quase tão leves e credíveis como as fundações de um banco de investimento. admitamos.
Elucidem-me, então.
Se precisam assim tanto da motivação, do impulso, da força intangível desta marca no tempo linear que alguém há milhares de anos resolveu estabelecer, como é que poderiam as resoluções ter força?
A resolução é quando a pessoa quiser, e se quiser muito, sem precisar da motivação da Terra, por ter dado mais uma caprichosa voltinha como uma bailarina pretensiosa, vai concretizá-la.
Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:
- Chile: Agora estou no Chile e igualmente fascinado como estive na Argentina. Estive em Valparaíso, agora Santiago e amanhã sigo para o deserto do Atacama. Dizem que é das coisas mais bonitas do mundo.
- Black Mirror 4: Ainda não vi esta 4.ª temporada. Mas ponho as mãos no fogo em como é incrível, tendo em contas as primeiras 3. É irem à Netflix.
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