Esta semana, a SIC exibiu uma reportagem – A Rede – onde foi explorado um caso de pessoas que foram enganadas na Internet por uma senhora que se fazia passar por outra. Resumindo, um rapaz apaixonou-se por uma suposta mulher de trinta e poucos anos, que sofria de cancro, falaram durante um ano e ela morreu. Eram namorados à distância, falavam ao telefone e ele até falava com a mãe e amiga dela que, afinal, eram ela mesma a fazer outras vozes. Depois, descobriu-se que era tudo fruto da manipulação de uma professora quarentona, casada e mãe de filhos. Há quarentonas que jogam Farmville e depois há esta que brinca com pessoas. Parece-me um jogo bem mais interessante do que plantar batatas e dar de comer a vacas digitais. A professora tinha quatro telemóveis só para esta brincadeira! Acho que a reportagem falhou o ponto principal que é o de valorizar esta senhora. Sim, enganava e brincava com os sentimentos de pessoas, mas tinha uma capacidade incrível de dedicação. Não é para todos. Dá trabalho montar uma mentira assim tão elaborada e pagar quatro tarifários de telemóvel.
Depois, quem é o burro que se apaixona por alguém no Facebook sem nunca se encontrar com ela pessoalmente? Sim, ela enviava fotografias de outra mulher a dizer que era ela, mas toda a gente sabe que as fotografias enganam. Basta aquela foto de cima e com a luz certa para enganar, porque na vida real afinal tem banha e maminha pingona. É preciso ter cuidado nestas coisas e apaixonar-se por alguém online só por vídeo chamada. Algo que me ficou na cabeça foi: não houve cibersexo? Não houve umas fotografias marotas enviadas pela Internet? Chamem-me picuinhas, mas acho que isso é essencial para alguém se apaixonar. E se houve será que ela foi buscar fotografias a sites de pornografia amadora ou tirou a si mesma, enviando sem se ver a cara? É que se assim foi, o rapaz apaixonou-se por ela mesmo. Toda a gente sabe que os homens se apaixonam por fotografias de miudezas e não pelas da cara.
Descobriu-se, também, que a burlona de sentimentos já se tinha feito passar por um homem e levado uma mulher a apaixonar-se por “ele”. A conclusão é que esta psicopata deve ser mesmo muito interessante e ter conversas excelentes. Isso ou apanhou só gente burra e carente. Há pessoas que usam este poder para realmente burlar os outros, sacando-lhes dinheiro ou, pior, encontrando-se pessoalmente para violar ou abusar. Por isso, admiro esta mulher que mesmo tendo essa possibilidade, optou por apenas brincar com os sentimentos das pessoas. O rapaz enganado queixa-se, mas podia ter-lhe acontecido como naquele recente caso de um português em Londres que se fazia passar por uma mulher e levava homens a fazerem sexo com ele vendados sem saberem. Por isso, de todas as possibilidades, a namorada imaginária morrer e afinal ser outra pessoa, foi a melhor hipótese. Só tenho pena de não ter sido feito um funeral fictício, com figurantes, e terem filmado tudo. Seria um dos melhores apanhados de sempre.
Para finalizar, deixo algumas sugestões para não serem enganados na Internet:
- Se o príncipe da Nigéria precisar muito da vossa ajuda, é porque é mentira.
- Se a Kátia Williams vos enviar uma mensagem a dizer que vocês são muito sexys e para clicarem num link para a verem nua, é mentira. Vocês não são assim tão sexys.
- Uma password forte não é ChuckNorris123, usem antes uma mais complexa muito mais difícil de encontrar como %_1%Maddie%.
Sugestões e dicas de vida completamente imparciais:
Para rir: As primeiras datas de Lisboa e Porto do meu novo espetáculo de stand-up comedy já esgotaram, mas abri mais sessões. É ver os bilhetes aqui.
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