Lembro-me do dia em que saí do armário para me assumir como heterossexual. Foi duro, mas foi um alívio. Não aguentava mais esconder-me, censurar-me, sentir-me entalado.
Esta história não é só minha. Esta história é de milhões de milhões de heterossexuais que ao longo de tantos séculos têm sido perseguidos, torturados, espancados, humilhados e assassinados, apenas por nascerem assim. Muitos julgam tristemente que é opção ou doença, como se querer amar pessoas do sexo oposto não fosse algo que nasce connosco. Como se fosse contagioso, como se impedisse qualquer um dos outros tipos de sexualidade de serem igualmente felizes. Se os homossexuais podem casar, porque é que nós não havemos de poder? Amor é amor! Se eles podem adoptar crianças, porque é nós não havemos de também as poder ter? É inacreditável que em 2019 ainda se ache mesmo que só com os dois educadores do mesmo sexo é que as crianças terão uma boa educação. Eu sou filho de pais heterossexuais e desde pequeno que digo sempre “se faz favor” e “obrigado”, por exemplo.
As pessoas, esses libertinos e marxistas culturais, não entendem que ser heterossexual não é doutrinar as crianças a serem heterossexuais, só queremos que elas sejam livres para serem o que quiserem e serem felizes em qualquer circunstância. Ser heterossexual não é querer obrigar ninguém a sê-lo também. Se não gostam de pila com vagina, não têm de o fazer. Deixem apenas que quem o quer fazer o possa fazer à vontade, sem medos, sem vergonhas.
Por todas as razões e mais algumas é que continua a ser tão importante que a Marcha do Orgulho Heterossexual se realize. Para lembrar que ainda não igualdade de direitos, que ainda não há liberdade sexual para todos, que ainda não há felicidade livre de preconceitos para todos. Para nunca esquecer que amor é amor, tal como rabo é rabo.
Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:
- Os chouriços são todos para assar: Livro de Ricardo Adolfo.
- Years and Years: Insisto que vejam na HBO.
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