O mundo range os dentes ao ver o conflito entre os Estados Unidos da América e a Coreia do Norte escalar para o que muitos temem ser uma guerra nuclear. De quem é a culpa e até que altura a abordagem diplomática deixa de ser a melhor opção? Se tens um gordo maluco e de cabelo ridículo a apontar-te armas nucleares é normal que o Kim Jong-un se queira defender. Por outro lado, a Coreia do Norte é um país que viola diariamente os direitos humanos e toda a gente sabe que os EUA são incapazes de tolerar países com esses regimes a não ser que tenham muito petróleo e lhes vendam fiado e com desconto.
Porque é que são os EUA o país que dita quem pode ou não ter arsenal nuclear? Bem, porque foram os únicos a utilizá-lo num cenário de guerra, matando mais de 200.000 pessoas inocentes. É como quando os teus pais te dizem para usares preservativo: eles não usaram e sabem bem o erro que foi tu nasceres. Tenho pouca estima pelo Trump, mas o que é certo é que lhe foi parar às mãos uma batata quente que os antecessores foram passando uns para os outros. Não podes deixar um maluco daqueles ter armas nucleares de longo alcança porque o gajo foi o primeiro homem a pisar o sol e toda a gente sabe que estar perto do sol queima a mioleira. O Kim e o Trump são duas crianças com défice cognitivo a quem os pais deram fogo de artifício para as mãos e disseram «Vá, vão brincar lá para fora.». Falta-lhes supervisão de um adulto, especialmente de uma avó com bom senso que lhes diga que ainda vão vazar a vista a alguém com as brincadeiras.
A ameaça nuclear sempre esteve presente com o seu apogeu na crise dos mísseis cubanos em que havia duas superpotências capazes de se aniquilar mutuamente e, talvez só por isso ninguém tenha carregado no botão, embora a coisa tenha estado muito perto de acontecer por engano e é isso que me deixa intranquilo: se houver outro momento em que é preciso ter calma e bom senso, não me parece que Trump seja essa pessoa em que a humanidade pode contar.
É triste vivermos num planeta povoado por uma raça capaz de coisas extraordinárias em que a maior ameaça somos nós mesmos. Durante milhões de anos a extinções em massa foram causadas por asteroides e cometas, épocas glaciares e mega erupções vulcânicas que tapam o sol, e, nos dias de hoje, o que mais ameaça fazer uma limpeza geral são as bombas criadas com uma energia que podia servir para melhorar o mundo. O ser humano é assim, dás-lhe um vibrador para a mão para ele se entreter e ter prazer e ele decide violar pessoas com ele. Sofremos de uma doença terminal incurável, mas vamos acabar por morrer de AVC porque puxámos com demasiada força na sanita.
Por mim, resolvia sempre este tipo de conflitos com um duelo entre os dois presidentes. É que mandar bombas à distância ou mandar os filhos dos outros para morrer no terreno é fácil, assim também eu ganho guerras. Era meter o Trump e o Kim numa piscina de lama com um fato de banho estilo Borat ou decidir o vencedor através de um concurso a ver quem come mais cachorros quentes e essas bonitas tradições americanas. Mas isto sou eu a dizer que não sou nenhum especialista em conflitos internacionais. Se houver guerra com bombas, a Coreia do Norte vai ser terraplanada e é esperar que não caia aqui nenhuma bomba porque os americanos são péssimos a geografia.
Em suma: pode dar porcaria, mas à partida não há motivos para recear estas ameaças frívolas de quem tem as costas quentes. Foi como esta semana em que um gajo no trânsito me perseguiu na IC19, a ameaçar de porrada e a gesticular furiosamente enquanto simulava abalroar-me o carro, e quando saí para a Buraca ele esqueceu-se de vir atrás e mim. A diferença é que estes dois podem lançar mísseis nucleares enquanto estão no carro.
Sugestões e dicas de vida:
Se ainda vão de férias: conduzam com cuidado.
Se já foram de férias: temos pena.
Se não tiveram nem terão férias: é a vida.
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