Aquelas que são as últimas sondagens que a lei permite que sejam publicadas antes das eleições, elaboradas pelo Canal 12, Canal 13, televisão pública Kan e jornal Maariv, colocam o bloco de direita liderado pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (apoiado pelo movimento Sionismo Religioso e pelos partidos ultraortodoxos) à beira da maioria, com 60 dos 120 lugares que compõem o Knesset.
O seu partido, o Likud, conquistaria entre 30 e 31 lugares, enquanto o Sionismo Religioso (com posições racistas e homofóbicas) obteria o melhor resultado da sua história, com 14 ou 15 deputados, contra seis na última legislatura, e os dois partidos ultraortodoxos Judaísmo Unido da Torá e Shas somariam 15.
Independentemente de ligeiras variações, todas as sondagens coincidem em que a direita ficará com 60 lugares, enquanto o bloco anti-Netanyahu, liderado pelo atual primeiro-ministro Yair Lapid, se fica pelos 56 deputados.
As quatro cadeiras restantes pertencem à aliança de partidos árabes Hadash-Taal, que não estão dispostos a alinhar-se com nenhum bloco, sendo que, mesmo que decidissem apoiar a nomeação de Lapid, sem entrar no seu governo, se manteria um cenário de empate técnico 60-60.
Na fação anti-Netanyahu - uma mistura de partidos de direita, centro e esquerda - a surpresa é o próprio partido de Lapid, o centrista Yesh Atid, que obtém entre 24 e 27 assentos, dependendo das sondagens, muito acima dos 17 das últimas eleições de março de 2021.
Já relativamente aos seus parceiros de esquerda, os partidos Trabalhista e Meretz, muitas das sondagens realizadas no último mês deixavam-nos no patamar mínimo de quatro deputados (ou 3,25% dos votos) necessários para entrar no Knesset, o pior resultado da esquerda desde a fundação de Israel.
Se algum deles não conseguir alcançar este limiar mínimo, os seus votos serão perdidos para o campo anti-Netanyahu e o ex-primeiro-ministro obterá a maioria.
Estes números parecem, contudo, ter alertado os eleitores de esquerda, já que as sondagens divulgadas na sexta-feira à noite já consolidam cinco deputados para cada um ou mesmo seis para os trabalhistas.
No bloco anti-Netanyahu está também a coligação de centro-direita Unidade Nacional, formada pelo atual ministro da Defesa, Benny Gantz, e pelo ministro da Justiça, Guideon Saar (um renegado do Likud pelos seus confrontos com Netanyahu), atribuindo-lhe as sondagens entre 10 ou 11 lugares.
Já o partido laico de extrema-direita 'Israel Our Home', que tem como base eleitoral a comunidade de língua russa, deverá obter entre cinco e seis deputados.
Para além da aliança árabe Hadash-Taal, que não apoia nenhuma das fações, há ainda o partido árabe islâmico Raam, que apoiaria um governo Lapid com os seus quatro deputados, como fez há um ano ao fazer parte do "governo de mudança", que conseguiu que o atual primeiro-ministro destituísse Netanyahu.
Face à possibilidade de o bloco de Lapid não conquistar os lugares necessários para obter a maioria, o atual ministro da Defesa, Benny Gantz, posicionou-se como um possível novo primeiro-ministro e defendeu a criação de uma coligação.
No entanto, fontes próximas do Yesh Atid, o partido de Lapid, garantiram que este "nunca ficará num governo liderado por Gantz" e consideraram tratar-se de "fantasias". "É apenas uma questão de tempo até que Gantz aceite o fato de que Lapid é o líder do bloco e será ele o único a formar governo", esclareceu.
PD // EA
Lusa/Fim
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