Do total de 30.491 quilómetros da rede de estradas classificadas em Moçambique, apenas "8.244 quilómetros, 27%, são revestidas" e "22.247 quilómetros, 73%, não são revestidas", referiu o chefe de Estado, durante a abertura da 20.º Assembleia Geral da Associação dos Fundos de Manutenção de Estradas de África (ARMFA).

O encontro, que reúne 35 representantes de fundos de estrada africanos, começou hoje e deverá decorrer até quarta-feira, sob o lema "Alinhando o Financiamento Sustentável às Necessidades do Setor Rodoviário em África".

Filipe Nyusi fez menção ainda à "fraca densidade de estradas pavimentadas no continente", referindo que cerca de 53% das estradas de África não estão asfaltadas.

"A falta de rede viária isola as pessoas dos corredores de transporte, das ligações aos centros comercias, do acesso à educação e a saúde, assim como de oportunidades económicas", acrescentou o Presidente de Moçambique.

Nyusi referiu ainda que o cenário afeta 50% da população rural do continente, que não tem acesso a estrada, além de causar "congestionamento das zonas urbanas, especialmente onde ocorre a confluência dos corredores transfronteiriços".

"Estas situações derivam, em certa medida, da manutenção precária das estradas existentes", referiu o chefe de Estado.

Durante os três dias do encontro, a Associação dos Fundos de Estrada de África deverá refletir, entre outros pontos, sobre a priorização da manutenção de estradas, mecanismos inovadores de financiamento do setor, além do desenvolvimento de parcerias para o financiamento de infraestruturas resilientes, indica a Presidência moçambicana.

A associação é uma organização sem fins lucrativos que serve para a "partilha de experiências e informações sobre as melhores práticas de financiamento da manutenção de estradas" no continente.

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