"Os dados económicos mais recentes são mais fortes do que o previsto", o que sugere que "é provável que o nível final das taxas de juro seja mais alto do que o antecipado previamente", declarou Jerome Powell ao intervir numa comissão do Senado.

Os responsáveis da Fed publicaram as suas últimas previsões em dezembro e vão atualizá-las na reunião de 21 e 22 de março.

Depois de várias subidas mais fortes das taxas de juro, a Fed abrandou o ritmo nos últimos meses e da reunião mais recente, no início de fevereiro, saiu um aumento de 25 pontos base.

Mas a situação pode mudar, advertiu Powell. "Se os dados indicarem, na sua totalidade, que se justifica um ajustamento mais rápido, estaremos preparados para acelerar o ritmo de subida das taxas de juro", sustentou.

"Embora a inflação esteja mais moderada nos últimos meses, o processo de redução da inflação para 2% será longo e provavelmente acidentado", disse o presidente do banco central.

Para travar a subida da inflação, a Fed tem vindo a aumentar as taxas de juro desde há um ano, passando do nível que tinham na altura de pandemia, entre 0 e 0,25%, para um intervalo entre 4,5% e 4,75%.

A subida das taxas torna mais caro o crédito para as famílias e as empresas e deveria travar o consumo, o que abranda a pressão sobre os preços.

Mas, apesar destes esforços, o consumo continua sólido e a inflação acelerou em janeiro para 5,4%, segundo o índice PCE, que é o mais seguido pela Fed.

Um outro indicador de inflação, o índice CPI, mostrou um ligeiro abrandamento para uma taxa homóloga de 6,4% em janeiro, quando estava em 6,5% no mês anterior. Na comparação mensal, houve, no entanto, uma aceleração pela primeira vez desde setembro, para 0,5% contra 0,1%.

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