“A partir de 1 de maio entrará em vigor o aumento do salário mínimo, do ticket de alimentação socialista, das pensões e do sistema de bónus solidários”, anunciou o ministro venezuelano do Trabalho através da sua conta do Twitter.

Segundo Eduarte Piñate, com o aumento do salário mínimo, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está “defendendo a classe obreira e o povo venezuelano”.

O ministro divulgou um comunicado que explica que o aumento do salário tem como propósito “combater a agressão permanente contra as famílias, que se expressa na guerra económica e na especiação”.

O decreto prevê que 4,7 milhões de reformados recebam 400 mil BsS mensais (2,16 euros) e 300 mil BsS adicionais, por conceito de “bónus contra a guerra económica criminosa”, mais outros subsídios cujo valor não precisa.

Na Venezuela, grande parte da população realiza mais do que uma atividade profissional para poder subsistir, sendo frequentes os protestos dos venezuelanos contra a alta inflação no país.

Um cartão de ovos no país custa mais de 640 mil BsS (3,46 euros), um pão 80.000 BsS (0,43 euros), um quilograma de farinha de milho 145 mil BsS (0,78 euros), um litro de óleo 340 mil BsS (1,84 euros), um pacote de arroz do mais barato 130 mil BsS (0,70 euros) e um quilograma de carne para bifes 600 mil BsS (3,25 euros).

Para beber um café os venezuelanos devem pagar 80.000 BsS (0,43 euros).

Na Venezuela quase todos os produtos aparecem referenciados em dólares norte-americanos, cujo valor varia diariamente em bolívar, com base na cotação diária.

Segundo o Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores (CENDA), em 31 de março último, uma família composta por quatro pessoas necessitava “77 salários mínimos oficiais, apenas para cobrir os gastos básicos de alimentação”.

Na última semana registaram-se protestos contra os altos preços dos produtos, dificuldades para comprar alimentos e escassez de combustível em pelo menos 10 dos 24 estados da Venezuela.

Segundo dados oficiais, a Venezuela registou 97,3% de inflação no primeiro trimestre de 2020, 62,2% em janeiro, 21,8% em fevereiro e 13,3% em março.