“Não, não está em cima da mesa. Houve um reforço no banco há pouco tempo e, portanto, esse assunto não está em cima da mesa”, disse o responsável, que falava aos jornalistas à saída da assembleia-geral do banco, que hoje decorreu nos edifícios do banco no Taguspark, em Oeiras, contando com cerca de 63% do capital social total presente.
De acordo com Carlos Saturnino, isso acontece “por uma razão muito simples”.
“O banco teve resultados um bocadinho diferentes [em 2017 face a 2016] e a própria gestão do banco ainda não fez nenhum apelo no sentido de haver um aumento de capital ou um reforço nesse sentido e, portanto, não está em cima da mesa”, precisou.
O responsável da Sonangol frisou que eventuais aumentos de capital no BCP são decididos mediante uma análise da “evolução do banco”.
“A própria Sonangol, neste momento, está num programa de regeneração e vai fazer a reavaliação do seu grupo empresarial e, com base nisso, vamos adaptando o nosso sistema”, explicou Carlos Saturnino.
O BCP tem como principal acionista o grupo chinês Fosun, com 27,06% do capital social, sendo a petrolífera angolana Sonangol o segundo maior acionista, com 19,49%, segundo a página do banco na Internet. Já o Grupo EDP tinha 2,11% do capital social.
Em conjunto, estes três acionistas, que levam à assembleia-geral a proposta dos novos membros do Conselho de Administração, têm mais de 48% dos direitos de voto.
Ainda segundo informações divulgadas ao mercado, em fevereiro, o fundo de investimento norte-americano BlackRock tinha 2,73% do BCP e o Norges Bank 1,76%.
Questionado pelos jornalistas se a Sonangol não se sente inferior por ser agora o segundo maior acionista do BCP, Carlos Saturnino disse que “ser segunda força não é mau”.
“Recorde-se que a Fosun entrou no banco com o aval da Sonangol, nós facilitámos a entrada da Fosun e, portanto, o mais importante para nós é que o banco melhorou substancialmente, os números são completamente diferentes, teve resultados positivos, gera dinheiro todos os anos e esperamos que o próximo salto seja que o banco comece a gerar dinheiro”, notou.
Já aludindo a uma futura distribuição de dividendos, o presidente daquele petrolífera angolana afirmou que “seria muito bom [que isso acontecesse], até se fosse este ano”.
“Para o próximo ano, o que esperamos é que, no final deste exercício, os resultados sejam melhores e pelo que estamos a ver a tendência caminha para tal”, adiantou, defendendo que o BCP tem de “dar um salto maior do que os 300 e tal milhões que se têm falado”.
Para Carlos Saturnino, “fixar uma barra um bocadinho mais acima seria muito bom”.
Carlos Saturnino anunciou ainda que vai ser um dos representantes da Sonangol no Conselho Estratégico Internacional por considerar que este órgão consultivo “é extremamente importante [para que] os acionistas definam opiniões em termos de estratégia e de recomendações para as diferentes regiões onde o banco está implementado, mas também outras novas”.
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