“Quando o desempenho macroeconómico melhora, e é esse o caso, e quando as finanças públicas estão mais em ordem, mesmo que subsistam problemas de dívida que não podem ser subestimados, então não será ilógico que aqueles que avaliam a economia portuguesa se deem conta de que os riscos não podem ser olhados hoje com os óculos de ontem, e que há boas razões de confiar mais em Portugal hoje, o que não era o caso no passado”, declarou Pierre Moscovici, perante a comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Ressalvando que “não cabe à Comissão Europeia falar diretamente com as agências de notação”, Moscovici, que respondia a uma questão do eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira, sobre se Portugal poderia esperar uma subida do ‘rating’ após ter saído do PDE, disse que aproveitava a questão para passar a sua mensagem de que “o que se passa em Portugal merece ser olhado de forma positiva e os desenvolvimentos devem reforçar a confiança em Portugal”.
O comissário francês reforçou que a saída de Portugal do PDE, decidida na semana passada pelo executivo comunitário, “recompensa os esforços importantes feitos por Portugal”, e observou que, embora não tenham alterado a nota à dívida de longo prazo do país (que permanece em ‘não investimento’, ou ‘lixo’), as agências de ‘rating’ constataram “uma orientação positiva”.
No passado domingo, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse esperar que as agências de notação financeira melhorem o 'rating' de Portugal "ainda neste ou no próximo ano", lembrando os números positivos da economia, do emprego e do défice.
Em declarações aos jornalistas, Caldeira Cabral vincou então que "os números do défice, do crescimento económico e do emprego este ano justificam, naquilo que é a análise normal dos 'ratings' [avaliação], uma revisão".
Para o ministro, que disse ter já tido reuniões com várias agências de 'rating' este ano, estes dados justificam uma revisão, a começar pela perspetiva de evolução, já no segundo semestre, e depois numa revisão em alta, no princípio de 2018.
"Não estamos a pedir nem defender que nos façam um favor, mas só uma análise justa e hoje Portugal está em melhor situação, com números muito mais positivos", disse o ministro, vincando que "os números são mais positivos e justificam uma revisão do 'rating'.
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