O líder do PSD foi questionado hoje, em Lisboa, pelos jornalistas sobre o relatório do Tribunal de Contas conhecido hoje, no qual acusa o Ministério das Finanças de "falta de controlo" na Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2013 e 2015 e salienta que o Estado aprovou documentos de prestação de contas sem ter a informação completa.
"Não há nenhuma falta de transparência, pelo contrário, penso eu. Não acredito que o Governo pense de outra maneira e aquilo que existe é um nível de auditoria com profundidade e exigência muito maior do que existiam no passado", enfatizou.
Passos Coelho destacou que "tem havido uma melhoria de transparência, de auditoria, de monitorização que abrangeu todas as instituições do setor empresarial do Estado".
"No caso das instituições do setor financeiro essas exigências ainda eram superiores e foram realizadas por entidades que têm mais vocação do que a Inspeção-Geral das Finanças para as poder fazer, em particular o próprio Banco de Portugal", sublinhou ainda.
O líder do PSD deixou ainda um desafio: "vá ver a resposta que o Governo deu [em sede de contraditório] e não me parece que fale em falta de transparência, pelo contrário".
"O nível de exigência por parte do Estado no controlo de todo o setor público empresarial - financeiro ou não financeiro - foi uma das bandeiras do Governo que eu chefiei e a maior parte das alterações que se fizeram, aumentando o grau de exigência, o nível das auditorias, o controlo público sobre os resultados e sobre as empresas aconteceu justamente durante o tempo que eu estive no Governo e isso é reconhecido no relatório", afirmou, tendo começado por recordar que a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque já tinha respondido a esta pergunta hoje ao final da manhã.
No âmbito da lei as instituições financeiras, segundo Passos Coelho, existe "até um regime de auditoria mais exigente ainda que todas as outras", que garante que "foi sempre feita".
"Houve muitas entidades - nacionais e estrangeiras - que tiveram acesso ao resultado das auditorias que foram sendo realizadas", destacou.
O ex-primeiro-ministro foi ainda questionado sobre a entrevista à RTP de segunda-feira do seu sucessor em S. Bento, António Costa, na qual disse que as contas da Caixa Geral de Depósitos tinham sido maquilhadas.
"A Dra. Maria Luís Albuquerque já respondeu a essa mentira que vem sendo fabricada pelo Governo com alguma regularidade. Não sinto necessidade de voltar a esse tema", respondeu apenas.
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