“Nós achamos, naturalmente, que são boas notícias, o crescimento da economia tem vindo a afirmar-se ao longo do tempo, mas nós sabemos que ainda é muito poucochinho para tanto do que foi destruído nos últimos anos. A economia portuguesa ainda tem muito de recuperar, no entanto, são sinais bons estes”, disse durante uma arruada em Matosinhos, no distrito do Porto, na companhia do candidato do BE à câmara local.

Para a bloquista, estes “sinais positivos” mostram que a estratégia de tratar bem as pessoas e de recuperar salários e pensões é a estratégia que o país tem de seguir.

“Ouvimos durante tanto tempo que só teríamos crescimento económico se baixássemos os custos de trabalho, se privatizássemos a Segurança Social e se cortássemos pensões, bem não é verdade, uma política de recuperação de rendimentos de quem trabalha e trabalhou uma vida é aquela que faz a economia reagir e a que pode trazer boas notícias”, frisou.

Catarina Martins lembrou ainda que o crescimento da economia provoca criação de emprego, aquilo que Portugal precisa.

Agora, é preciso transformar estas boas notícias, estas indicações de que o país está melhor em condições concretas para a vida das pessoas, entendeu, sublinhando de que se o país está melhor as pessoas terão de ter mais condições porque toda a gente tem de perceber na sua vida de que o país está melhor.

“Não podem ser só notícias na televisão, havendo uma recuperação de pensões e salários que tem de ser feita e há, seguramente, uma necessidade absoluta de investir nos serviços públicos que são essenciais e que servem toda a população como é a educação e saúde”, realçou.

As notícias do crescimento económico são boas, mas trazem uma obrigação de fazer melhor para que as boas notícias possam chegar efetivamente às pessoas, considerou a coordenador do BE.

A economia portuguesa cresceu 2,9% no segundo trimestre deste ano em termos homólogos e 0,3% face ao trimestre anterior, de acordo com os números hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nas contas nacionais trimestrais relativas ao segundo trimestre deste ano, o INE reviu em alta o cálculo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia portuguesa face à estimativa rápida que tinha divulgado em 14 de agosto.

Nessa altura, o INE tinha estimado provisoriamente um crescimento de 2,8% entre abril e julho em relação ao mesmo trimestre de 2016 e de 0,2% em relação ao primeiro trimestre deste ano.

A realidade tem vindo a desmentir Cavaco Silva

A coordenadora do Bloco falou também das declarações de Cavaco Silva sobre a atuação das esquerdas “iguais às que se esperavam”, referindo que a realidade tem vindo a desmenti-lo “há já bastante tempo”.

“Atrever-me-ia a dizer, com enorme respeito pelas diferenças de opiniões e divergências, que a realidade tem vindo a desmentir o professor Cavaco Silva há já bastante tempo e, desse ponto de vista, as declarações de ontem [quarta-feira] foram iguais às que se esperavam”, disse a bloquista durante uma arruada em Matosinhos, no distrito do Porto, acompanhada pelo candidato à câmara local.

Para Catarina Martins é normal a Universidade de Verão do PSD convidar o seu ex-líder, “não há aí nenhuma surpresa”, dizendo que as suas declarações foram “na linha de tudo o que tinha dito até agora”.

“As afirmações que foram feitas por Cavaco Silva foram na linha de tudo o que tinha dito até agora, não me parece que haja aqui nenhuma comoção, nem nada diferente do que se estaria à espera”, acrescentou.

O ex-Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu que, na zona euro, "a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia" e os que, nos governos, querem realizar a revolução socialista "acabam por perder o pio ou fingem que piam".

Numa 'aula' na Universidade de Verão do PSD, Cavaco Silva afirmou que "é corrente apresentarem-se três casos" de países onde a realidade tirou o tapete à ideologia, enumerando França e Grécia mas sem se referir explicitamente ao caso de Portugal.