“[As negociações] nunca foram fáceis, mas como digo, tem de haver políticas concretas e compromissos claros. É isso que o Bloco de Esquerda faz sempre e continuará a fazer. Não fazemos acordos por conveniência, só por convicção”, afirmou Catarina Martins.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, que falava aos jornalistas à margem de uma reunião com a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), no Porto, frisou que as negociações com o Governo para a viabilização de uma proposta de Orçamento de Estado para 2021 e de um programa de recuperação económica 2020/2030 dependerão de “políticas concretas e compromissos claros”.
Para Catarina Martins, a resposta do próximo Orçamento de Estado tem de passar “pelo reforço dos serviços públicos, desde logo, o Serviço Nacional de Saúde (SNS), e também pelo emprego e direitos de quem trabalha”.
Questionada pelos jornalistas a propósito da declaração de António Costa, à RTP, em Budapeste, segundo a qual os parceiros naturais do PS em matéria de governação são os partidos à esquerda, não querendo isso “dizer que o PSD tenha peste”, Catarina Martins afirmou que a “política não pode ser um jogo de conveniências”.
“A política não pode ser um jogo de conveniências, tem de ser a afirmação de convicções e projetos para o país”, defendeu, acrescentando que “os acordos formais ou informais entre o PS e PSD deram sempre cortes nos serviços públicos, nos salários e no direito do trabalho”.
“Para haver acordos com a esquerda não pode ser só conversa, tem de ser medidas concretas que defendam o emprego, os direitos de quem trabalha, os serviços públicos, o SNS que precisa tanto de mais recursos para poder continuar a dar resposta ao país”, reiterou.
O primeiro-ministro recebe na quarta-feira o Bloco de Esquerda e o PCP para iniciar as negociações para a aprovação da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021 e de um programa de recuperação económica 2020/2030.
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