"Olhando para a folga que o próprio crescimento económico nos permite, a prioridade de dar acesso a quem vive no interior aos cuidados de saúde, fixar médicos, enfermeiros, fazer os investimentos em hospitais que foram prometidos deve ser cumprida" no OE para 2019, disse Catarina Martins.
Em declarações aos jornalistas durante uma visita à tradicional feira da vila de Castro Verde, no distrito de Beja, no Alentejo, a líder do BE frisou que "as regiões do interior têm tido um problema no acesso aos cuidados de saúde por falta de pessoal médico e de enfermagem".
Por isso, insistiu, o BE considera que no OE para 2019 "é possível não só aumentar o orçamento da saúde como garantir investimentos, nomeadamente em hospitais do Serviço Nacional de Saúde, que já estão à espera há muito tempo de investimentos, e medidas para garantir a presença de pessoal médico e de enfermagem em todo o território, nomeadamente no interior".
No caso do distrito de Beja, Catarina Martins defendeu o avanço das obras na segunda fase de ampliação do hospital de Beja, que, referiu nunca arrancaram, apesar das promessas.
Segundo Catarina Martins, seria importante que o OE para 2019 "desse sinal de que estas promessas, que são feitas há tanto tempo, de investimentos que são infraestruturais no interior avançassem" e que "fosse possível ter medidas que fossem eficazes para conseguirmos fixar profissionais de saúde, nomeadamente médicos, mas não só, no interior".
"Temos tido, ano após anos, folgas orçamentais, ou seja, o Governo não tem executado toda a despesa que podia executar, quer dizer que temos possibilidades de fazer mais do que temos feito e se há zonas do país que têm sido prejudicadas são as do interior", frisou, lamentando: "Não temos [Estado] respondido àquilo que o interior precisa, nomeadamente na qualidade dos serviços públicos".
Catarina Martins lembrou que "durante o anterior Governo de coligação PSD/CDS-PP foram cortados mais de mil milhões de euros na saúde e, agora, esse dinheiro está a ser reposto".
"O problema é que, [pela] forma como está a ser reposto, não vai todo para o Serviço Nacional de Saúde, porque quatro em cada dez euros do Orçamento do Estado estão a ir para os privados", lamentou: "Além de discutirmos o orçamento da saúde, temos de discutir a forma como ele é gasto", disse ainda.
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