Um dos documentos divulgados hoje pela Comissão Europeia no âmbito do Semestre Europeu 2017, que se inicia hoje, é o relatório do Mecanismo de Alerta para 2017, que prevê que, no próximo ano, sejam 13 os países que sejam alvo de uma 'análise aprofundada' devido aos desequilíbrios macroeconómicos identificados na ronda anterior.
Portugal é um dos países que será acompanhado, juntamente com a Bulgária, Croácia, Chipre, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Eslovénia, Espanha e Suécia. As conclusões da Comissão Europeia serão divulgadas no início de 2017, quando apresentar os relatórios específicos por país.
Quanto ao caso português, a Comissão Europeia está preocupada com o "pequeno excedente" das contas externas em 2015 e com a posição de investimento internacional portuguesa, que é negativa e, embora "tenha melhorado ligeiramente, continua muito elevada".
Nesse sentido, "serão necessários excedentes substanciais nas contas externas por um longo período de tempo para alcançar uma posição externa mais sustentável", defende Bruxelas no relatório do Mecanismo de Alerta para 2017.
Para a Comissão, o "ainda elevado" rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) exige mais desalavancagem e tem implícitos "riscos para a sustentabilidade, vulnerabilidades a choques adversos e aumentos dos custos de financiamento".
Por outro lado, o pesado 'stock' de crédito malparado das empresas, juntamente com uma rentabilidade baixa, "está a pressionar o setor bancário, impedindo-o de emprestar e investir", alerta.
A Comissão destaca ainda que o mercado de trabalho português está a "progredir gradualmente", também no que diz respeito ao desemprego jovem e ao de longa duração, "embora se mantenham entre os mais elevados da União Europeia", o que, afirma, "aumenta os riscos de deterioração do capital humano".
No geral, resume Bruxelas, a leitura da economia portuguesa "sublinha problemas relacionados com a sustentabilidade externa, a dívida pública e privada, a vulnerabilidade do setor bancário e um processo de ajustamento do mercado de trabalho, num contexto de baixa produtividade".
O Semestre Europeu é um ciclo de coordenação das políticas económicas e orçamentais da União Europeia e que engloba todos os Estados-membros, de modo a que alinhem as suas políticas orçamentais e económicas pelas regras europeias, nomeadamente pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.
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