O presidente do México, Andrés López Obrador, disse que concordou com a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, de que os Estados Unidos vão compensar o que o México não pode adicionar ao corte proposto durante as negociações da OPEP.
Em causa está o acordo estabelecido entre os países produtores de petróleo, que concordaram, com exceção do México, em reduzir a produção mundial em 10 milhões de barris por dia, cerca de 23% da produção total diária.
No entanto, a entrada em vigor ficou pendente de ser vinculado pelo México.
Neste âmbito, o Presidente dmexicano conversou, na quinta-feira, com o congénere dos EUA, Donald Trump, e concordaram que o México reduz a sua produção de petróleo em 100.000 barris por dia e que os EUA vão adicionar um corte de 250.000 barris por dia ao que já tinham aceitado reduzir.
Esta solução visa dar resposta ao facto do México se recusar a reduzir 400.000 barris por dia na produção de petróleo.
“Aguentamos até o final, porque nos custou muito esforço para aumentar a produção de petróleo”, disse López Obrador, Presidente que acompanhou o aumento da produção de petróleo do México e salvou a empresa estatal de petróleo, a Pemex, que se encontrava fortemente endividada e com a produção a diminuir há anos.
Assim, o aumento da produção de petróleo do México é uma prioridade da sua presidência.
“Argumentamos que era difícil cortar a produção tanto quanto eles pediam”, explicou o Presidente do México, adiantando que o país foi convidado a cortar 400.000 barris por dia e, depois, 350.000 barris por dia.
Antes de chegar a um acordo com os EUA, López Obrador foi confrontado com a lista de todos os países que tinham aceitado reduzir a produção, lida por Donald Trump, observando que apenas o México tinha recusado.
O presidente do México explicou ao presidente dos EUA o motivo para recusar o acordo, o que resultou numa proposta de Donald Trump, que se disponibilizou a cobrir a lacuna do México.
O acordo entre os países produtores de petróleo para reduzir a produção mundial em 10 milhões de barris por dia, cerca de 23% da produção total diária, prevê ainda que de julho a dezembro a redução para os oito milhões de barris por dia.
A informação foi divulgada esta madrugada após uma longa reunião de videoconferência, entre os membros da OPEP e os restantes países produtores de petróleo, com o objetivo de encontrar uma solução para a rápida queda nos preços do petróleo devido ao colapso da procura e à guerra de preços entre a Arábia Saudita e Rússia.
A pandemia da covid-19 desequilibrou um mercado em que a oferta global já estava excedente e agora encontra-se em proporções raramente vistas, com restrições de viagens tomadas em todos os países para impedir a propagação da doença.
Segundo a agência de informações financeiras Bloomberg, a Cidade do México considera excessivo o esforço exigido em comparação com outros países.
Está agendada uma nova reunião para 10 de junho, também por videoconferência, “para decidir medidas adicionais, tanto quanto for necessário para equilibrar o mercado”.
O acordo também prevê um nível de redução da produção entre janeiro de 2021 e abril de 2022.
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