Concluído em vésperas de uma votação decisiva dos acionistas sobre o plano de resgate público de nove mil milhões de euros, o acordo tem ainda de ser aprovado em plenário pelos membros do sindicato, que representa os trabalhadores das tripulações de cabine da Lufthansa.
A proposta prevê congelamento de remunerações, reformas antecipadas e períodos de trabalho reduzidos, afirmaram as duas partes numa declaração conjunta.
“Queremos evitar despedimentos cegos”, afirmou o diretor de Recursos Humanos da transportadora aérea, Michael Niggemann, citado na declaração.
De acordo com este responsável, o acordo é um “sinal importante” antes da assembleia-geral extraordinária que vai votar a entrada do Governo federal alemão no capital da empresa.
A Lufthansa advertiu, no entanto, que, mesmo com esta ajuda, a quebra na procura de transporte aéreo, que se estima venha a fazer-se sentir durante vários anos, poderá forçar o corte de milhares de postos de trabalho.
O porta-voz do UFO, Nicoley Baublies, considerou, por seu lado, que o plano acordado deverá salvar os postos de trabalho de 22.000 tripulantes aéreos.
“Traz a segurança de emprego urgentemente necessária”, afirmou.
A Lufthansa e o Governo alemão chegaram a acordo sobre um plano de ajuda de nove mil milhões de euros, com o Estado a tornar-se o primeiro acionista do grupo com 20% do capital.
O Estado, que regressa ao capital da companhia aérea após 20 anos de ausência, aprovou o plano através de um fundo de estabilidade económica do Governo federal (WSF), criado para atenuar as consequências da pandemia de covid-19.
O acordo foi anunciado após longas negociações sobre a ajuda, que se destina a evitar a falência da transportadora, numa altura em que o setor aeronáutico atravessa uma grave crise.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 479 mil mortos e infetou mais de 9,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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