Intervindo imediatamente a seguir ao primeiro-ministro, António Costa, no debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre o Futuro da União Europeia, o presidente do executivo comunitário voltou a dar conta da sua paixão por Portugal, um país “fortemente atingido pela crise”, pelo que fica particularmente feliz por constatar a atual situação económica.
“Portugal saiu no ano passado do Procedimento por Défice Excessivo e, na semana passada, a Comissão concluiu que os desequilíbrios já não são excessivos. Quem teria acreditado há uns anos? Quem teria acreditado?”, disse.
O presidente do executivo comunitário sublinhou que “a verdade é que estes progressos exigiram dos portugueses ao longo destes dolorosos anos esforços consideráveis, que os outros europeus nem sempre valorizam na medida certa”.
“É um belo desempenho coletivo que honra cada português. Quero por isso aqui render homenagem aos portugueses, aos que dirigiram o país durante os anos de crise, levando à correção dos desequilíbrios, e sobretudo ao povo português, sobretudo aos mais modestos dos portugueses, que contribuíram com uma coragem admirável e sucesso para este grande esforço nacional”, afirmou, sendo muito aplaudido pelos parlamentares.
Juncker aproveitou para “sublinhar também que este resultado notável contraria aqueles que criticaram a Comissão por aplicar o pacto de estabilidade com sensatez e flexibilidade”, o que ajudou Portugal a sair da crise da forma que o fez.
O presidente da Comissão advertiu que “a situação melhorou mas evidentemente resta trabalho a fazer”, sobretudo no sentido de “consolidar os resultados obtidos de forma a virar definitivamente a página sobre estes anos sombrios”, e apontou como prioritário melhorar a competitividade.
Tendo sentado a seu lado no hemiciclo o comissário Carlos Moedas, a quem elogiou “a sorte de ser português” e “o trabalho absolutamente notável” que tem feito à frente da pasta da Investigação, Ciência e Inovação, Juncker garantiu que Portugal pode continuar a contar com a Comissão Europeia, da mesma forma que a Europa conta com Portugal.
Antes de se despedir, Jean-Claude Juncker elogiou o acolhimento que os portugueses e o Governo português reservaram aos refugiados, destacando-o como um exemplo para outros Estados-Membros da União Europeia.
“O acolhimento que os portugueses e o Governo português reservaram aos refugiados mostra-o claramente. Portugal faz mais do que a sua parte ao recolocar muitos refugiados oriundos da Grécia e Itália, o que constitui um exemplo que deveria inspirar alguns”, elogiou Juncker.
“Os meses que se seguem são cruciais para o futuro da Europa. Seremos julgados com base nos factos, e não nas palavras, e Portugal sempre demonstrou largamente que respeita o que diz, quaisquer que sejam as dificuldades. O futuro da Europa passa também por Portugal”, afirmou. “Obrigado a todos”, despediu-se, em português.
António Costa é o terceiro líder europeu a participar no ciclo de debates promovido pelo Parlamento Europeu sobre o Futuro da UE, iniciado este ano, depois dos primeiros-ministros da Irlanda, Leo Varadkar, em janeiro, e da Croácia, Andrej Plenkovic, em fevereiro, e antes do Presidente francês, Emmanuel Macron, o “convidado de honra” da sessão plenária de abril.
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